Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

27.8.12

Depois, na mesma tarde
como o pão precisa da boca
há de morrer de morte súbita
sem aviso prévio.
e os demônios se sentem envergonhados
de tamanha nudez
menina, que traz à carne o que sente
que expurga artisticamente
pele, artéria, veneno...
para ter um rosto reconhecido
no meio desse turbilhão de gente.




 

14.8.12

e no tempo de revisitação, perante um romance que procura retomar o fio de um sentido há muito perdido, descartar e retomar inebriam qualquer coração relutante. Um estranho e conhecido habitat, onde foices, linhas, agulha e mel já foram usados e a platéia sempre esteve presente, um verdadeiro circo de dedos em riste.
Eles então, ainda temerosos e de maneira calculada, até onde se pode calcular o que se sente, observam o movimento local, esperam a platéia adormecer e em punho de seus peitos abertos se entregam de maneira sanguinária ao que o público ovacionará em muda aceitação.
E há quem nunca mais dormiu depois daquela noite.

2.8.12

Era algo que se guarda no bolso esquerdo, do peito, o de dentro. e naquele fim de tarde, naquele último instante onde todas as loucuras podem acontecer, nos últimos dois segundos de horas despencadas a tapa eu invadia o armário de lembranças em punho, sem medo de correr ou negar que isso tambem é tentativa. Estou aqui, baby, para revolucionar caminhos e não esperar o aborto de ideias alheias para consumar os meus quereres. Sou a força, a invisibilidade do vento e meus pecados são sempre consumados. E enquanto está tudo em movimento, meu vestido, meu cabelo, minhas pernas, meu plano de nos enfiar nas melhores coisas do mundo - eu confesso que respiro com mais profundidade, no último volume.


imaginação, conheces?