Desligo a tv. Hoje nem toquei no livro que ando tocando por opção ociosa/preguiçosa que jaz essa sexta em meu ser. E novamente estou de volta ao computador. Acabei de assistir um filme que me desafia, me inspira. E tô aqui, mais uma vez, deixando as palavras escaparem sem controle algum, por meus dedos.
Meu corpo passou um dia inteiro em deliciosa exaustão pós- virada do ano de salto alto dançando a noite inteira até o sol raiar. Minha boca sorriu várias vezes ao entrar em contato com um chocolate de avelã deixado estrategicamente sob a minha cama ao longo do dia. E minha mente, que nunca descansa, encontrou diversão na medida exata entre ENTER e ENTER.
O telefone tocou várias vezes. Ora atendia, ora não. Ouvi música. Ouvi sinos. Ouvi zumbidos. Ouvi silêncio. Ora sim, ora não. Foi um dia gostoso a espera da minha cabeça, que abrigava um familiar rinoceronte, liberta-lo a custa de autocarinho, dipirona, vitamina c e água. Muita água.
Chega a noite, que tanto adoro. E me convidam pra sair, pra comer, pra dançar, pra falar, pra, pra, pra... A alma quer, mas o corpo é quem manda.
Segue o diálogo-processo-batalha corpo e alma travado em meu quarto:
Ele diz: - NÃO.
Ela insiste, forte e manipuladora. Como qualquer alma grande.
Ele em golpe baixo, atinge a lombar. Afim de deixa-la sem saída.
Ela em rápido raciocínio (a custa de dor, essa mania de complexo de Fênix) faz a proposta de sairem na noite seguinte. Prometendo que hoje quando ele (corpo) dormir, não vai deixa-lo sozinho e sair voando por aí, como de costume. E que vai garantir uma pele linda e viçosa pra amanhã, o dia e a noite toda.
Mas com a condição de que liberte de imediato a lombar: -Já não chega os pés que tanto me fazem sofrer? - pergunta uma alma já convencida da derrota .
O corpo aceita, vencedor, a proposta feita pela alma.
Ela remediada, agradece e sossega em profundo tédio.
Ligo a tv. E tá lá o filme que tanto gosto, que tanto me desafia, me inspira, passando em canal aberto. Por um segundo a alma volta a sorrir, toda toda contestadora. Deveras um segundo, ao deparar-se com um filme todo mal cortado, picotado, retalhado, assassinado por um cego, surdo e mudo perdido na ilha de edição, concluo. Mas é meu filme querido, até de cabeça pra baixo.
A essa altura (lê-se a equação: eu+ 2.travesseiros= plenitude ao cubo), e diante de uma sincronicidade lúcida e concebida no uso criativo do poder da minha mente em detrimento da conspiração do cosmo e da física quântica consultada em filmes, internet e afins. Ainda somada a doses cavalares de sono atrasado (vide equação), dublagem 'chonga' Hebert Richards e a edições mal feitas plin plin. Passo a acreditar piamente, que na realidade -aquela que você escolhe e cria pra vc- É O filme que tanto gosta de mim.
O filme que me acha desafiadora. E que, até de cabeça para baixo, eu sigo sendo a queridinha dO filme.
E vou dormir assim, musa inspiradora. De alma e corpo.
e por aqui esvazio-me de mim. dando início ao meu ano. linda, leve e solta no verbo.
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