Luiza levantou sua taça de digitais e tinto para a Lua, enquanto expressava o sorriso de canto de boca, que sempre lhe caíra tão bem em noites que não se pode remediar, e perguntou:
'Você tem ido para cama com alguém ultimamente?'
A Lua não respondeu.
'Você tem amigos?', perguntou novamente. Na insistência de ganhar uma resposta, um raio certeiro que fosse, em seu peito aberto de precipitações.
A Lua não respondeu.
Na falta de ilusão, Luiza, agora com sua taça em ponto de bala, arremessa a mais contida pergunta na direção do mar melancólico de estrelas:
'Você não se cansa de fazer o tipo 'sou cool' todas as noites?'
A Lua não respondeu.
...
O vinho acabou.
Restaram as digitais.
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