Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

26.9.12

 Haviam prometido flores para hoje,
mas a chuva abateu-se sobre nós.
rua sim, rua não.
Temos frio. abre uma vela, escreve um vinho, bota uma carta,
acende uma música.
E o virtuosismo do cobertor nos ocupa todo lugar
em felpudos abraços
que nos remete 
ao quente 
do outro.
E quanto ao resto, tanto.
 
 

20.9.12

procurando encontrar o caminho onde passam minhas palavras. Uma via de mão dupla interrompida, uma estrada vazia, bem aqui na minha língua.
A passagem. e meus dedos impacientes aguardam derramar do coração, a tal da porta escancarada de vinho e loucura na veia, vias cruzadas por emancipações e pela vontade precoce amplificada que me arremata para além dessas estrelas que conto, que vejo, que grito e ninguem vê - e sempre apago o caminho de volta. sempre.
ao menos um pouco.

4.9.12

andar na linha não é questão de equilíbrio, mas de vertigem.


Sabe?
sabe sim.
e voltei a usar aquela lacuna (aquele espaço vazio de tempo, de sopro, de nada) para poder escrever-lhes sobre o que não devo fechar as portas. Diálogo com o mundo. Paciência. Um pouco como exercício
como despacho
consciência
desespero
terapia
sossego
um pouco como coisa de gente
que reproduzimos
reproduzimos
reproduzimos
 
[fecho os olhos]