meus excessos
um ninho
no lugar mais longínquo do mundo
e tudo o que não cabe nesse momento se transforma em intervalo
naqueles vazios de comer o mundo.
Solidão é pretensão de quem fica
escondido Fazendo fita
Bukowski disse "you have to die a few times, before you can really live", e andamos por aí a rasgar embalagens de plástico com os dentes porque as vezes as mãos não conseguem e temos pressa. Eu posso escrever sobre acordar de boca seca, urgências, de língua solta na boca, sim, tenho uma, entre outras (muitas outras, acrescente-se), taras em que acredito.. Por aqui, poros é sinônimo de coração, o futuro é um erro ortográfico a caminho... E, há quem use teclas que os dedos escolhem para dar corpo de texto ao manifesto. Este domingo morri 7 vezes.
e por fim, me sobrou o sorriso. porque essa história tem por fim um novo começo. enquanto no meio descobria o fim.
Era uma vez, ou melhor, Eram umas vinte e sete vezes que doía aqui. - você enxerga aqui? aqui onde faz curva. Pois bem, fora ali que tudo teve início, meio e fim. Eu esquecia de mim. mas quando doía, era eu que existia. A vida em curva.
- obrigada! - estava na ponta da língua. Em desalinho, acostumada com a sangria, era vermelho o que sinalizava a partida.
Mas a paisagem vinha perdendo sentido, já não mais sentia. E nem mesmo os olhos fechados resistia a fantasia. E o que já fora tremenda emoção dentro da curva, virara peso em contrapartida. Um dia, há tantos e tantos dias do meio, depois do primeiro começo, longe dali, avistou a tal linha sonhada. Delgada, sutil, ligeira. Gaveta aberta. Iluminada. Sem prolongar o discurso, abriu os braços ao sabor do desconhecido. Vislumbrou ser Dona de si, traçou sua ida. partiu.
Hoje quem a vê, diz que segue reta, cabeça erguida. Ela, diz tênue- e sorri.
e tudo dura um frisson.