Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

26.2.12

Essa noite vou te amar como se não houvesse ontem
Essa noite vou te amar como se não houvesse amanhã
e vou vasculhar sua mente como quem busca a saída para todas as sensações que pudessem justificar todas as palavras que quero ouvir e que você cisma em me esconder. Essa minha mania de gostar dos pecadores, é jogo pra sua mão cheia de improviso. Viro esse jogo. Enquanto espeto seu coração sem nenhum aviso, me grita, vai, me grita o que entope seu peito cheio de decisões. Vou levantar minha saia pra você, sua saída nesse mundo de contentamentos baratos, gente chata e coisas fáceis. Vai, pega o que você quer, essa noite eu deixo, pega o que é seu, essa noite eu sou. Talvez, não tenhamos outra, e outra, e outra...as noites nunca são iguais. nunca. Nem eu. Nem eu. Nem eu.

15.2.12

boto fantasia
tiro fantasia
fantasio
 que
boto
fantasio
que
tiro
fantasia que fantasio
e a bosta da realidade
a-tiro

13.2.12

é pecado não consumado e exposto em flores pela casa.
Enquanto minhas paredes, cor de vento,
 traduzem meia dúzia de palavras que se diz
quando na verdade não se quer dizer nada
e tudo o que se faz, é gesto infame pra acabar com toda a ladainha caótica,
num daqueles melhores abraços - daqueles que marca a cintura e protege minhas pernas. 
Algumas partes impublicáveis, ganha destaque em meio ao tufão de pensamentos
que nos recorta em pedaços de invisibilidade mortal,
pra quem grita por amor.
Acorda!
Eu falei que não te acompanharia no medo de se entregar. Te arranco riso ou dor.
Mas te arranco.
E nesses trechinhos de sobe e desce e língua
vaga é a ideia que eu tinha de amar.



Acorda! 



 

8.2.12

free spirit

- e o que você está esperando?
- estou esperando a pessoa certa pra beijar e me transformar num ser humano.
...
- o passado a Deus pertence. o futuro uma ilustr(e)ação. não se censure comigo, presente.


Por fim, sentou-se no cavalo como se fossem os dois só um. Um cheiro único agudo que não se confunde uma vida inteira.

4.2.12

Luiza levantou sua taça de digitais e tinto para a Lua, enquanto expressava o sorriso de canto de boca, que sempre lhe caíra tão bem em noites que não se pode remediar, e perguntou:
'Você tem ido para cama com alguém ultimamente?'
A Lua não respondeu.
'Você tem amigos?', perguntou novamente. Na insistência de ganhar uma resposta, um raio certeiro que fosse, em seu peito aberto de precipitações.
A Lua não respondeu.
Na falta de ilusão, Luiza, agora com sua taça em ponto de bala, arremessa a mais contida pergunta na direção do mar melancólico de estrelas:
'Você não se cansa de fazer o tipo 'sou cool' todas as noites?'
A Lua não respondeu.
...
O vinho acabou.
Restaram as digitais.