Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

31.12.09

E desejo que o desejo não te deixe a desejar
desejando na mente
o que
 po de ser já
31 de dezembro de 2009

e está caindo o mundo lá fora
- essa chuva que não pára!
são desejos de todos na caixola
Aqui aos seus olhos:
agua é fonte
fonte é início
início é desejo
e ela não se revela por inteiro.
Podia ser a rainha desse manicômio inteiro
agradece a todos seus pedidos atendidos
uns feitos
outros ganhos por direito
E da início a uma nova jornada...
o que em sentido puro
todos estão fazendo
Desejos, desejos, desejos.
Mas ela não se faz de rogada
Faz com afinco
sem vergonha na cara.
Cara de quem fala sorrindo
Assim como Vênus
brilhará no comando
em um 2010 próspero de encantos
Ela não se revela por inteiro.
E vai ser rainha.

29.12.09

á 2010

E assim bem de perto já dá conta do que te peço? Consegue atender meus desejos nessa distância que nos promove tão íntimos? Tô aqui em raíz. Em stellium na sua regência. Há um triz das propostas que lhe fiz. Quero novos ares pra poder semear. Quero ventania pra me espalhar. Quero, quero, quero... E vai ser sempre assim, pode se acostumar.
Tô te chamando. E te chamar é como abrir os braços pra sentir espaço, soltar o corpo pra sentir a pele, vestir branco e me enxergar em toda cor. Abrindo portas, janelas, estradas e champagnhe. Pode entrar. Porque já me despeço do velho e aceito toda a sua confissão embriagada de verdades. Acalentando sonhos e realidades em massa de um novo mundo.
Numa contagem regressiva feita a pulmões de cumplicidade, esperança, arte, amor e prazer. Te chamo 2010 em nome de Vênus.

27.12.09

habilidades da menina moderna


Habilidade intencional no 48

Essa menina de saia florida, assanhada no baile
Um doce encanto de hipóteses e virtudes
Na altura dos sonhos já que todos realidade
te encontra escondida atrás do bar
desinibida em salto alto
cheiro de pimenta no ar
Proximidade de canto ao pé do ouvido
a mão da boca, ao pescoço do olho
Vai invadindo em sentido direto
Veia, pulmão, ossos...
Pra que te lembres corpo
Sobremesa

Habilidade emocional no 49

E sua pele na minha sensibilidade matinal, perto demais agora pra prender a respiração.
me entrego no café da manhã, com leite, torradas, mel
E pensar em continuar desse lado
é sentir
 e esquecer a razão.
Não tem saída pro coração.

Habilidade funcional no 50

Um par de sexys e confortáveis sandálias
Um bom rímel
Perfume suave
Marcante
Uma quantidade exorbitante de lingeries
Uma boa pinça
Uma agenda de contatos infalíveis
Taça e carteira cheias
Você, amigas, seu carro
E pé na estrada
sem fronteiras

Habilidade no 51

Uma boa idéia
 na mente
Sem perder a piada
E
bom humor
na vida
 sempre











26.12.09

e quem não gosta de cheiro, saliva e roupa amassada?
Em qualquer ordem.
Com lua ou com sol e a pessoa sonhada.
Me pinta Artista
com toda sua tinta
em toda cor que habita
seu ser
Começa aqui no meu umbigo
á mão livre
Devagarzinho
Faz seus desenhos, seu traço
Carinho
Me deixa assim
Diluída
Rabiscada
Furtacor
Me respira em aquarela
em tinta á óleo
em tinta fresca
Que eu te respiro
em prosa
em verso
em letra
Nos seus braços
escorro tela
Do avesso
  imensidão
 Em tom
pra te mostrar minha verdadeira pele
De que tanto gostou
Só não te esqueça
de assinar
 por aqui
 no canto esquerdo
a sua marca
 com a alma
Que eu vou te esperar
Suspirando
Borrando meu caminho..
de Salvador* a Dalí
Colorindo meu destino
Nessas surpresas da vida
Que faz da gente mais feliz
Aiiii..
Que delícia de Artista!
Menino raro do cabelo embolado
Que engole o mundo em tão nobre missão
Me leva na sua mente
daquele lado que sente
Pra onde
 você for
Como obra de arte
 em
 processo
de criação.


23.12.09

Enfim é Natal

e entre ho ho hos e shoppings 'decibéismente' lotados vou entrando no clima jingle bell.
E essa noite em meio a embrulhos de presente, relógios eletrônicos de super heróis de 10 anos, garras afiadas de seres mutantes e bolinhas que viram alienígenas ao serem arremessadas na parede (alguns dos pedidos do meu filho ao sr. da barba branca), fui alçada a minha tenra infância de condomínio. E comecei a lembrar dos brinquedos desejados por mim quando criança. Ok, que quando eu ainda era  uma menininha, o Harry Potter era apenas um embrião em formação de mágico, mas isso não vem ao caso. O que me recordo mesmo é que sempre tive gostos diferentes do que fazia parte da cultura 'normal' da gurizada da época. Enquanto as meninas aguardavam por barbies, perfumes Thaty (boticário), aquela boneca pavorosa e enorme chamada de Amiguinha entre casaquinhos da Pakalolo e coleção da Moranguinho. Eu ansiava por uma tábua ouija- sabe, aquela usada no filme exorcista tipo a brincadeira do copo. Pois é, nunca ganhei. Hoje em dia ia ser um objeto interessante de decoração... Bom,  mas voltando ao assunto, não fiquei na carência de pedidos desejados e não realizados. Meus papis foram até bem legais comigo. Lembro de algumas bizarrices conquistadas a cartinhas para Noel, boas notas, bom comportamento e uma dose extra de persuasão.
O boneco Fofão foi um deles, (lembra da história do demônio dentro dele, tipo Chuck) essa história me fascinava, eu vivia com aquele boneco bochechudo debaixo do braço. O filme do vídeo Triller do Michael Jackson foi outro, eu ultilizava ele sadicamente com meus irmãos mais novos, amiguinhos e primos fazendo-os assistirem (sem platéia não tinha a mesma graça). Um relógio chamado de cebolão, na cor vermelha- claro! Tambem tá no ranking ( eu me achava com aquele pedaço de pneu vermelho digital no braço) e pra finalizar com chave de ouro a sessão nostalgia das bizarrices desejadas e conquistadas por mim, segue a número 1 (tirando a tábua ouija que nunca ganhei): Aos 7 anos 'convenci' a família a me dar de presente um ingresso pro show do Ney Matogrosso -eu era fã, pode acreditar- e desejava muito assistir ele ao vivo (óbvio que todos teriam que ir) . Me lembro perfeitamente do show, muito brilho, muito rebolado e aquele ser andrógino trocando de figurino em cima do palco. Ficando completamente nu na frente da platéia ao suingue de 'porque eu sou é homem', (eu estava com 7 anos, minha irmã 5 e meu irmão com 2 aninhos). No final do show ele distribuia para alguns uma rosa. E eu, ainda sortuda e eufórica, fui pra casa com uma das rosas na mãozinha.
Bom, entre traumatizados e felizes na família, todos vão seguindo seus caminhos. Acho que meus irmãos superaram bem aquele show, minha mãe tambem. Meu pai, realmente pegou um horror do Ney. E eu tô por aqui, né, assustando ainda algumas pessoas e escrevendo as 4 da matina essa história da minha vida na maior insônia natalina.

Ah.. o Natal!  Um feliz a todos.

22.12.09

retrospectiva

2009 foi como tomar uma injeção de epinefrina à la Pulp Fiction. Direto no coração.
Me explodi em realidade, em paixão, em mim. Com direito a partner com química, a dancinha fazendo o numero 2 nos olhos, a trilha sonora impecável, belas fotografias e direção de arte premiada.


Em 2010 quero o Oscar.

21.12.09

na versão que eu gosto.

Meu amor
Olha só
Hoje o sol não apareceu
É o fim
Da aventura humana na Terra
Meu planeta Deus
Fugiremos nós dois na arca de Noé

Mas olha bem, meu amor
É o final da odisseia terrestre...

(...)

E nosso amor na última astronave

Afinal, não há nada mais
Que o céu azul
Pra gente voar

E a vida é um flash.

19.12.09

Gíria pra cabeça: cuca

E ae tem usado sua cuca?

Se ela ainda não fundiu com esse calor medonho culpa do efeito estufa, ou mesmo não pifou diante do desperdício descomunal de energia elétrica em tempos de planeta gritando por socorro... Use-a. Pois sem água não vai rolar.
* O lugar mais lotado do mundo se torna vazio quando se fecha os olhos de prazer *

em primeira pessoa

- Ando intrinsecamente adepta a mim. Fazendo uso da arte de rir, sem as 'nóias' clichês de autoconhecimento. Pra quê se ver sob todos os ângulos, se esse que vejo é o mais limpo no momento.
Seria jogo sujo comigo, eu sei. Faço não.
Estou simples de ver. Simples de ouvir. Simples de querer. Encontrando eu em semelhança eu.
Esferográfica. Velvet. Pirlimpinpin*
Algo entre pantufas velhinhas e o calor 'humano'. Vou filosofando pós meia noite.

18.12.09

Eros e Psiquê

Era uma vez um rei que tinha três filhas. Duas eram lindas, mas a mais nova era muito, muito mais bonita. Dizia-se até que Afrodite - a deusa da beleza - não era tão bonita quanto Psiquê (esse era seu nome). Os templos de Afrodite andavam vazios porque as pessoas, principalmente os homens, passaram a cultuar aquela princesa maravilhosa.
Afrodite ficou com ciúme e pediu para seu filho, Eros, preparar uma vingança. Ela queria que Psiquê se apaixonasse por um monstro horrível. Só que Eros também acabou sendo atingido pelos encantos da menina. Ele ficou tão maravilhado ao ver Psiquê que não conseguiu cumprir a ordem da mãe.
O estranho é que todos aqueles homens que ficavam enfeitiçados com sua beleza não se aproximavam e nem tentavam namorá-la. As duas irmãs, que perto da caçula não tinham a menor graça, logo arranjaram pretendentes e cada uma se casou com um rei. A família ficou preocupada com a solidão de Psiquê. Então, um dia, o pai resolveu perguntar ao oráculo de Apolo o que deveria fazer para a menina arranjar um marido. O que ele não sabia é que Eros já havia pedido a Apolo para ajudá-lo a não cumprir os planos de sua mãe. A resposta que o rei levou para casa o deixou muito mais preocupado do que já estava: o deus falou que Psiquê deveria ser vestida de luto e abandonada no alto de uma montanha, onde um monstro iria buscá-la para fazer dela sua esposa.
Embora muito triste, a família cumpriu essas determinações e Psiquê foi deixada na montanha. Sozinha e desesperada, ela começou a chorar. Mas, de repente, surgiu uma brisa suave que a levou flutuando até um vale cheio de flores, onde havia um palácio maravilhoso, com pilares de ouro, paredes de prata e chão de pedras preciosas.
Ao passar pela porta ouviu vozes que diziam assim: "Entre, tome um banho e descanse. Daqui a pouco será servido o jantar. Essa casa é sua e nós seremos seus servos. Faremos tudo o que a senhora desejar". Ela ficou surpresa. Esperava algo terrível, um destino pior que a morte e agora era dona de um palácio encantado. Só uma coisa a incomodava: ela estava completamente sozinha. Aquelas vozes eram só vozes, vinham do ar.
A solidão terminou à noite, na escuridão, quando o marido chegou. E a presença dele era tão deliciosa que Psiquê, embora não o visse, tinha certeza de que não se tratava de nenhum monstro horroroso.
A partir de então sua vida ficou assim: luxo, solidão e vozes que faziam suas vontades durante o dia e, à noite, amor. Acontece que a proibição de ver o rosto do marido a intrigava. E a inquietação aumentou mais ainda quando o misterioso companheiro avisou que ela não deveria encontrar sua família nunca mais. Caso contrário, coisas terríveis iam começar a acontecer.
Ela não se conformou com isso e, na noite seguinte, implorou a permissão para ver pelo menos as irmãs. Contrariado, mas com pena da esposa, ele acabou concordando. Assim, durante o dia, quando ele estava longe, as irmãs foram trazidas da montanha pela brisa e comeram um banquete no palácio.
Só que o marido estava certo, a alegria que as duas sentiram pelo reencontro logo se transformou em inveja e elas voltaram para casa pensando em um jeito de acabar com a sorte da irmã. Nessa mesma noite, no palácio, aconteceu uma discussão. O marido pediu para Psiquê não receber mais a visita das irmãs e ela, que não tinha percebido seus olhares maldosos, se rebelou, já estava proibida de ver o rosto dele e agora ele queria impedi-la de ver até mesmo as irmãs? Novamente, ele acabou cedendo e no dia seguinte as pérfidas foram convidadas para ir ao palácio de novo. Mas dessa vez elas apareceram com um plano já arquitetado.
Elas aconselharam Psiquê a assassinar o marido. À noite ela teria que esconder uma faca e uma lamparina de óleo ao lado da cama para matá-lo durante o sono.
Psiquê caiu na armadilha. Mas, quando acendeu a lamparina, viu que estava ao lado do próprio Eros, o deus do amor, a figura masculina mais bonita que havia existido. Ela estremeceu, a faca escorregou da sua mão, a lamparina entornou e uma gota de óleo fervente caiu no ombro dele, que despertou, sentiu-se traído, virou as costas, e foi embora. Disse: "Não há amor onde não há confiança".
Psiquê ficou desesperada e resolveu empregar todas as suas forças para recuperar o amor de Eros, que, a essa altura, estava na casa da mãe se recuperando do ferimento no ombro. Ela passava o tempo todo pedindo aos deuses para acalmar a fúria de Afrodite, sem obter resultado. Resolveu então ir se oferecer à sogra como serva, dizendo que faria qualquer coisa por Eros.
Ao ouvir isso, Afrodite gargalhou e respondeu que, para recuperar o amor dele, ela teria que passar por uma prova. Em seguida, pegou uma grande quantidade de trigo, milho, papoula e muitos outros grãos e misturou. Até o fim do dia, Psiquê teria que separar tudo aquilo.
Era impossível e ela já estava convencida de seu fracasso quando centenas de formigas resolveram ajudá-la e fizeram todo o trabalho.
Surpresa e nervosa por ver aquela tarefa cumprida, a deusa fez um pedido ainda mais difícil: queria que Psiquê trouxesse um pouco de lã de ouro de umas ovelhas ferozes. Percebendo que ia ser trucidada, ela já estava pensando em se afogar no rio quando foi aconselhada por um caniço (uma planta parecida com um bambu) a esperar o sol se pôr e as ovelhas partirem para recolher a lã que ficasse presa nos arbustos. Deu certo, mas no dia seguinte uma nova missão a esperava.
Agora Psiquê teria que recolher em um jarro de cristal um pouco da água negra que saía de uma nascente que ficava no alto de uns penhascos. Com o jarro na mão, ela foi caminhando em direção aos rochedos, mas logo se deu conta de que escalar aquilo seria o seu fim. Mais uma vez, conseguiu uma ajuda inesperada: uma águia apareceu, tirou o jarro de suas mãos e logo voltou com ele bem cheio de água negra.
Acontece que a pior tarefa ainda estava por vir. Afrodite dessa vez pediu a Psiquê que fosse até o inferno e trouxesse para ela uma caixinha com a beleza imortal. Desta vez, uma torre lhe deu orientações de como deveria agir, e, assim, ela conseguiu trazer a encomenda.
Tudo já estava próximo do fim quando veio a tentação de pegar um pouco da beleza imortal para tornar-se mais encantadora para Eros. Ela abriu a caixa e dali saiu um sono profundo, que em poucos segundos a fez tombar adormecida.
A história acabaria assim se o amor não fosse correspondido. Por sorte Eros também estava apaixonado e desesperado. Ele tinha ido pedir a Zeus, o deus dos deuses, que fizesse sua mãe parar com aquilo para que eles pudessem ficar juntos.
Zeus então reuniu a assembléia dos deuses (que incluía Afrodite) e anunciou que Eros e Psiquê iriam se casar no Olimpo e ela se tornaria uma deusa. Afrodite aceitou porque, percebendo que a nora iria viver no céu, ocupada com o marido e os filhos, os homens voltariam a cultuá-la.
Eros e Psiquê tiveram uma filha chamada Voluptas (Prazer) e, é claro, viveram felizes para sempre.


«.»«.»«.»«.»«.»«.»«.»
Já que toquei no assunto, vou opinar:



Os deuses da mitologia grega costumam ter dois nomes, um grego e outro romano. Assim, Eros é o nome grego do Cupido e em português é Amor e Paixão. Palavras como erótico e erotismo vem daí. Afrodite e Vênus também são a mesma deusa. Psiquê só tem esse nome que, em grego, significa alma. Psíquico, psiquiatria e psicologia nasceram dessa raiz, ou seja o estudo da alma. O mito de Eros e Psiquê é a história da ligação entre o amor e a alma. E Voluptas filha deles significa a conjunção de todos os prazeres - volúpia em português-, que só uma ligação de amor e alma podem trazer.

Eros (Deus do amor e da paixão) nasceu da relação de Afrodite (Deusa da beleza e do amor) com Ares (Deus da guerra). Ou seja, da união da guerra e da beleza nasce o amor e a paixão (amor em movimento intenso)...Interessante né? Por isso onde há amor, há guerra. E a beleza pertence aos olhos de quem sente e deixa sentir. Isso se faz presente em todas as relações que ainda se encontram vivas e latentes. Daí tira-se o sentido da paz. Sem nada disso saberíamos o que é a paz. Concluo que sentir paz é deixar suas emoções fluírem em todos os níveis. Paz é na realidade a entrega sem questionamentos. É se entregar aos desejos do coração e por isso é cíclica. A paz é maliciosamente cíclica.

Pra finalizar posso dizer que amor, paixão, erotismo, guerra, prazer.. fazem parte vital da alma.  E não dá pra viver sem alma, no máximo escondê-la por um breve tempo. Ou mesmo torturá-la com hipocrias, orgulhos tolos, nefastos e uma boa dose de conceitos moralistas e ultrapassados. Bom, mas aí a escolha é de cada um.

Adoro essas histórias. Deliciem-se, pensem a respeito e falem sempre que der vontade.

17.12.09






'If you believe in love at first sight, you never stop looking.'

(Closer - Perto demais) 






esse  verão em mim
tem sede
na lábia
em cor dourada
acende
na tal da saia encurtada
é quente
em dia de praia
em pele queimada
suando em brisa
lambendo a bica
em tardes bonitas de céu rosado
acalorado
em corpo nu
banho gelado

esse verão em mim

é sede.
... no meu ouvido aqui, alguem aí é bem resolvido?

16.12.09

e tenho feito bom uso da minha licença de sair do mundo.
adoro essa ironia natalina... Papai Noel barbudo de coturno e sobretudo em pleno verão carioca. E meu filho questionando se ele não sentia calor.


- Sente filho, muito calor. Por isso que demora tanto pra ele voltar aqui de novo.

Indiocrassias a parte, e fui salva pelo grito do anãozinho que chamava as crianças para andarem no trenzinho que passa dentro da casa do Sr.Noel. Lá se foi meu menino, feliz entre neve artificial e sininhos dourados.

...e adoro essa magia natalina.

15.12.09

Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre".





*Pois  é; assim como você ,eu tambem achei a minha cara.






Gabriel Garcia Marquez

Ontem
Eu era a mocinha prometida na janela.
Hoje
Eu sou a janela.
Vai..! me mata de amor.

(...)

Em egocêntrica missão Luiza foi se amando a cada dia mais.
-Verter amor ao próximo, uma pinóia!
 Era seu mais novo mantra existencial.
Não, não pense que Luiza é alguem sem coração, ou que tenha sofrido grande decepção. Luiza não faz mal a nem uma flor. E nem se nega a compaixão.
Ela simplesmente, sem hipocrisias, acordou e viu que era uma infâmia viver de acordo ao protótipo de boa menina, visinha do andar de cima que segura a porta do elevador mesmo estando atrasada.
E em seu caminho silêncioso. Sábio silêncio, ela indagou o princípio do amor.
E percebeu que há tempos o esperava. E o aguardava em bons exemplos, em bons valores, em boas atitudes diante aos outros. Ela era sempre uma mão estendida. Uma boa compania. Como havia aprendido com seus pais e em parte na escola quando ainda criança.
Não, não pense que ela se revolta perante a essa lucidez devastadora. -e por isso o mantra em exclamação no começo desta história- Luiza não se revolta. Ela se perdoa, se recolhe e parte em um processo de escuta d'alma. Processo de sua criação.- criação no sentido de criado por ela.-
Eu sei que a priore assusta. Nós somos feitos de carne, osso e pré julgamentos. Mas o que Luiza aprendeu foi a sua verdade. Foi escutar seu coração e respeita-lo. Luiza não precisa mais da aprovação de ninguem.
O dia em que ela não está uma boa compania, ela não vai ser uma boa compania.
Ela percebeu que a sua verdade não tinha que ser a dos outros. Ela mergulhou em si e se deliciou em suas fontes.
Sem julgamentos. Ela não tem mais vergonha em errar. Ela não tem problemas em não ser compreendida. Ela não vai te compreender. Ela vai te respeitar (isso é fato). E se for necessário para ambos ela vai te abraçar e acalmar suas angústias e as próprias angústias (que de vez em quando retornam para lembra-la de chorar tb).
Ela percebeu que nesse mundo tudo que existe tem razão em existir. O mesmo acontece dentro dela. Tudo tem uma razão em existir dentro de Luiza. Só que ela não usa mais porquês infinitos, ela não se pune mais e nem se altera em verdades absolutas.
Ela os vivencia sem pudor algum. Ela está livre.
Como se andasse em uma corda bamba e a cada momento, sem desesperos maiores, ela pendesse pra um lado e para o outro. Luiza aprendeu assim a se manter nessa corda bamba. Na corda bamba de suas emoções. Sentindo com prazer aquele friozinho que dá o inesperado. A vida.
Não, ela não encontrou seu eixo, e nem quer.
Ela simplesmente verte amor a seu eixo.
Ela é egocêntrica em amor próprio. Ela é amor próprio. Ela é amor.
Um exemplo ao próximo. Um exemplo ao mundo. Nãooo.
Luiza é um exemplo a si mesma.
É a verdade sem dor.


*bom, e agora alguns vizinhos precisam esperar o elevador subir novamente. (mas só algumas vezes)
pure fuking crazy desire

I can't get no

14.12.09

e escrevo sem parar

numa forma de oração ao meu mundo. As letras me escapam visceralmente em tempo integral. Como se transcorrer por meus dedos fosse seus últimos instantes suspiros, suplicando por memória aquilo que nos rodeia. Vital.

*mas na real, não sei se escrevo ou se sou escrita. Me escapando por letras.

Acordei hoje com 66 anos e vontade de sonho de valsa




Saí pra comprar.


Ps: A vida é linda aos 66.

ID.

Reflete em mim uma certa arte intencional de lhe expôr amiúde das emoções.
Das suas emoções. Engano seu, se pensas que são minhas.
Minhas,  foram no ato da escrita. No ato da missão.
Da transmissão.
E passam a ser suas no momento em que lê, relê, reflete e se reconhece.
Emoções adquiridas e repassadas. Repensadas repetidamente. Usadas em instinto.
Tomam corpo e viram mantras em palavras.
Em posse do coração, vou rabiscando...
Energia que circula, energia que acumula.
..Extravasa.



.

13.12.09

'Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...'


*em dia de chuva bailinho na cuca, no pé e no bit do coração*

e tô que nem bolinha de sabão
colorida, transparente, divertida,
leve,
 causando rebuliços efêmeros
por onde passa
intocável
Puff*

e desapareço quando me dá vontade.
Ando entocada
quer me encontrar?
Ache a entrada.
Só lhe dou
um aviso
nem tudo que abrir
é caminho.

Através dos olhos de Diego

Os cabelos da Ana Paula são iguaizinhos a macarrão. A vela que tem no banheiro da mamãe tem cheiro de bauMilha e o queijo que ela come sempre, tem o nome parecido com o da minha prima Briiida.
Eu não entendo não poder comer bala todo dia, não poder subir na pia da cozinha e nem ver tv bem colado na telinha. Um dia eu quis parar o ventilador com minha mãozinha e minha mãe berrou. Um dia fiz um desenho lindo na porta do quarto do titio e minha mãe berrou. Sem contar quando eu resolvi passar leitinho no sofá da sala, porque ele tava muito sequinho. O que acham que minha mãe fez..
Como mãe berra!
Agora teve uma vez, que encontrei um buraquinho na parede, que daí foi SINISTRO - aprendi a falar isso com meu primo joão, ele é grandão tem 8 anos já - e resolvi investigar o buraquinho,  fui lá com meu dedinho detetive. Bom, dessa vez quem berrou fui eu. Choque. CHOCANTE! (aprendi com meu primo grandão). Bom, mas tambem não tô de bobeira, no buraquinho eu não caio mais não.
Eu lembro do papai noel todos os dias da minha vida e do coelhinho que traz chocolate tambem. Queria que eles me visitassem toda hora. Queria que eles morassem  lá em casa, comigo. Acho que minha mãe não ia gostar muito da idéia não.
Vou contar aqui quem é o meu melhor amigo, o nome dele é Kank. É o cachorro que mora lá na casa do meu avô, ele é muito MANEIRO. Eu falei pra ele que vou levar ele no Mc Donalds, ele precisa experimentar aquela batatinha frita. Minha mãe vai junto, mas não sei de novo se ela vai gostar muito da idéia.
Minha mãe é uma chata as vezes, mas é linda. Uma princesa. Uma princesa chata as vezes. Eu vou casar com ela, ela é o meu amor. E tem a Ana Paula do cabelo de macarrão, lá do meu colégio, eu tambem vou casar com ela. E tem a Sophia tambem, a Juju...Mas a minha mãe é a mais linda! (ela gosta muito quando eu falo isso)
Agradar a minha mãe não é lá muito fácil. Ela é cheia dessas idéias de ter que tomar banho todos os dias (só gosto quando dançamos juntos no chuveiro), escovar dente, comer coisa verde, pentear meu cabelo. E se eu falo não, dá a maior confusão. Mas quando ela vem com aquele jeitinho docinho, eu fico logo molinho.
 É minha mãe, né GALERA.
Eu tô por aqui, tem quase 4 anos. E gosto daqui. É tudo uma farra pra mim. Aprendo muita coisa toda hora muito rápido. E meus porquês nunca se acabam.
Acho a cor do céu bonita, combina com a do mar. Gosto tambem do verde, do vermelho, do amarelo... Quem inventou esse lugar gosta de brincar de gouache, que nem eu na aula de arte. Minha mãe tambem gosta daqui, e ela já tá o maior tempão por aqui (ishi, disso ela não gosta que eu fale). Ela é que me mostra todos os lugares. Meu pai tambem me leva pra passear. Ele é muito IRADO, me leva pra andar de skate, fazer yoga com ele, me ensina a cantar.. Ele tambem gosta daqui. Meu vovô Rogério tambem gosta daqui. Meu vô Rogério é meu super herói!
Tem um monte de coisas que eu gosto nesse mundo. Do barulho dos passarinhos, da diRney (disney), do Ben10, de chocolate, de dormir tarde, das árvores, das meninas que fazem ballet (meu pai que me ensinou), dos beijinhos da mamãe quando eu acordo, da noite quando é hora da história, do Laurindo que vende bala em frente ao meu colégio, de ovinho mexido, de quando a minha mãe me deixa escolher o mesmo filme de sempre na locadora....
Eu já percebi tambem por aqui, que tem umas coisas que fazem a gente chorar, sentir dor, sentir raiva, se magoar... Mas é como minha mãe sempre diz pra mim:
- Hellooo! Limpa esse nariz e vamos ser feliz!

Acho que ela tá certa. Mãe tá sempre certa, mesmo quando berra.

Bom, agora vou sair daqui de fininho antes que ela me pegue mexendo no computador dela. É melhor ela não saber que eu já tô ficando grandinho, e que mexer nisso aqui pra mim, é molezinha.


*Através dos meus olhos os olhos de Diego

12.12.09

               Desejos em estados sólidos me acompanham em periódicas transformações reveladoras.
Eis que, em uma noite no qual a lua transitava pela oitava casa. Esses desejos são traduzidos e seduzidos por desenhos de traços livres, em uma semântica nua, crua. Em pecado. Em prazer. Em pele. Em imagem.
                O espaço que surge em meio a esse céu, é iluminadamente branco.Um palco.

          Uma tela livre pras tentações coloridas jorrarem.
 Torno agora, minha alma, aura e corpo em esboço. Em um croquí de experimentos exaltados em linhas. Em verdades que podem ser minhas e tuas. Escancaradas. Despidas. Em prumo de ver-se passar adiante.
Como se fossem subir, levitar...

Feito aqueles balões de gás em festinha infantil. Que faz o mais cético e ranzinza dos adultos olhar pro céu, iluminando-se em doçura, ao lembrar que um dia já foi espontâneamente feliz. E que deixa crianças esbaforadas de tanto correrem, acreditarem que um dia possam voar tão alto e agarrar-se a lua.
 Trago á luz, sem pretensões linguísticas. Meus rabiscos, borrões, traços, letras, frases, textos, poesias, sentimentos..... Uns vividos, uns emprestados, outros sonhados, alguns poucos deixados para trás.
E deixo voar, tornar-se vapor, partir e repartir sensações.
                               Feito aqueles balões de gás....






Um conto curto

“Ai de mim!”, disse o rato, ” – o mundo vai ficando dia a dia mais estreito” .

“- Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair”.

“- Mas o que tens a fazer é mudar de direção”, disse o gato, devorando-o.


Franz Kafka

11.12.09

Sabendo que a vida é curta mas não é pequena.
E que as mudanças são sempre um prato cheio pra acalmar as inquietações.

Vou aceitar um cafezinho depois da sobremesa.



Bem vindos ao novo ,sempre. Sem margem, sem bordas, sem limites.



Falando da vida em ré maior
De filosofia
Gritando poesia
E batendo o pé no chão

Consciente ou não.

10.12.09

Eu hoje represento a cigarra que ainda vai cantar
 nesse formigueiro
 quem tem ouvidos vai poder escutar

meu grito.

Amanhã e sempre.
Querida menina dos olhos grandes, bobos e que brilham demais

Só queria te dizer que se o AMOR existe ele é qualquer coisa parecida com você. Tem a cor dos seus cabelos, o brilho dos seus olhos e o molejo tão atraente dos seus quadris enquanto caminha distráida, tropeçando numa sequência inacreditável, sorrindo largo, delirando com a beleza do mundo, sem dizer um só palavrão.
Sei que você gosta de mãos dadas, de blusas brancas, de dançar enquanto se arruma, de carinhos no pé e de chocolate na geladeira. Mas eu não quero te decifrar. Quero te ver livre com seus mistérios, seus ENIGMAS. Vim aqui só te devolver a PAZ. Desculpe-me em trazer algo tão precioso nesse embrulho meio amassado de palavras e de papel, é que tava guardado em meio as minhas INTENSIDADES e livros há tempos. Desculpe-me a demora tambem. Sei a falta que você vinha sentindo sem nem perceber. E tudo porque te conheço como ninguem. Porque EU TE AMO como ninguem. Porque só EU poderia te devolver isso e mais ninguem. E se fosse preciso eu atravessaria o mundo pra te entregar.
Porque, você sabe, não existo aqui sem você.

Se cuida menina dos olhos grandes e de pensamentos gigantes. Bom te ver assim, aprendendo, aprendendo, aprendendo..

Vou estar aqui, dentro de você sempre, pro que der e vier.

com carinho,
eu.

9.12.09

e chegamos aprendizes terráqueos

e partimos aprendizes lunáticos

por aqui.

nada de duplo sentido. Tudo de múltiplos sentidos. Aberto a novos sentidos. Passível a não fazer sentido. Escolha sua. Escolha minha. Escolha de quem lê.
***  Sou aquele tipo que chamam de presa fácil ao carinho  ***

o conto

e eu me entregava inteira aquele banho quente.
o dia passava por língua estrangeira e eu ansiava por aquela banheira, ao fim.
Sentados de frente, abraçados, eu me sentia plena debruçada em seu peito. Doidos de vinho, de arte e risadas por ruas nunca antes trilhadas. Novidades em som, cheiro e cor. Se fecho os olhos ainda me lembro do barulho do chuveiro naquele quarto de hotel...Era uma mistura de temperos, dos tons amarelos no céu, do quente ao frio, do inesperado. Atirados no mundo. Experimentando tudo. Eram dois varridos, sem rumo. O plano da viagem era se despir da gente, da mente. De coração. Soltar as amarras do peito enrolados em cachecóis, deixar o vento gelado nos aproximar como se fossemos apenas um. E revelar, finalmente, o outro não perfeito que somos. Queríamos a distância dos julgamentos. Queríamos a  total liberdade expressiva pra falar de amor, beber amor, comer amor, ser amor.
 Diante de tudo vivido, alucinadamente, perceber que aquele calor que emitiamos ninguem tinha igual. Que aquele calor era o ideal da busca que havíamos traçado. O que nos iria fazer sorrir de noite a dia. Aquele sorriso de olho semi-aberto, de quem acorda diante de seu amor devagarzinho, acreditando que aquilo tudo vai ser pra sempre. Há 1.992km do ponto de partida. Há 1.992km de nossas vidas.




-este texto é meramente um conto. uma fábula. mesmo que escrito em primeira pessoase existir alguma semelhança com os fatos descritos acima é coincidência. pura fantasia da sua cabeça-
-

Hoje acordei  ao som  'conversas de botas batidas'.

E tudo pode acontecer depois de uma manhã com Los Hermanos.

-
E por aqui tudo na mesma: eu, Dom, cartinha, renas e Noel *  e é todo um jingle bell em mim
Quero escrever em ti todas minhas visões do mundo. Daquele jeito rabiscado que sei fazer.
Seu corpo Meu relato
em tinta fluorescente.



Nem no escuro vou me perder.
*

Não há nada como dois corações um em cima do outro sentindo as batidas

*

8.12.09

Hoje sondei o mais fundo que poderia ir.
Dessa vez sem um daqueles mergulhos que costumo dar.
Aquela altura já não cabia mais os meus ímpetos passionais rodriguianos.
Sou dada a arroubos ruborosos, sim. De cor intensa, puro sangue. De interrogaçoes eloquentes. Puro Grená.
Sou prosa direta. Poesias titânicas. Lua. Plutão. Decisão.
Das artilharias pesadas, sobrou ele e sua tirania em um ideal de amor inventado. Que é um tiro certo no seu pé direito. Repetições e repetições. nada além de repetições impulsivas.
Diante de tudo que não tem saída............a cura / a morte /renascimento (processo)
Me senti liquidamente livre. Viva. Sem fogueira. Sem enchentes. Exatamente verde. Exatamente o outro.


Exatamente em mim.


silêncio

*

Naquela quarta de lua cheia, ele vestira uma camisa de cor verde pra me encontrar.


Eu vestia alma
pra variar.
de noite dano a escrever. dano a sentir. dano sem fim....
CORPOtraçaCORPO
.
.
.
Em destaque;
minhas células.
Tatuadamente nuas
Soltas
Donas de tudo.
Afogam-se em rios de pressão sanguinea
Lutam desarvoradas por espaço veial
Me atacam. Me corrompem. Me salvam.
Organicamente causam
Ao fundo da pele. deliberadamente.
Transitam
Transmutam
Transcorrem
Transcendem
Em um ballet pueril
Me fazem cobaia
De um novo mundo
Via venosa.
.
.
.
Em meia consciência, te chamo;
por baixo te convido célula
por cima te convido pele
.
no fundo te convido veia.

7.12.09

Me vejo pimenta.

Conserva em você.
PS:  Relaxa e...tô de folga hoje.

A/C Preguiça

Segunda-feira, 07/12/2009

Tava pensando em lhe escrever uma carta, mas me bateu um você em mim que resolvi lhe deixar apenas este bilhetinho. Tu, hein, anda com uma fissura no meu corpinho. Desvia esse olhar em cima de mim e vai fazer alguma coisa de útil. Vai pra rua! Pra você, parar e ficar olhando a paisagem, com cara de paisagem, já é um avanço. Sai dessa cama, macia e confortável. Sai dessa zona. É segunda, mas a sua agenda tá cheia e não lhe falta planos e metas para hoje. Anda lava esse rosto. Deixei-lhe um café forte na cafeiteira, se não adiantar, tem Red bull na geladeira. Agora não me deixe paralisada não. A vida não para. Sempre te dou a maior atenção, e fico te namorando em conta gotas ao longo do dia. Você é bem gostosa, não nego. Mas hoje não, companheira. Hoje temos missão. Fiz toda uma programação, fura não. E o dia tá lindo. Reaja!
Tive uma idéia. que pode dar uma força. Sabe aquela música, que em dias atípicos a gente escuta, tá lá, é só dar um play pra começar. Anda Preguiça, levanta....Não faz corpo mole não. Que te encontro mais tarde, como sempre, no fim do dia.

Bjs

5.12.09

warning

O que escrevo não é autobiográfico. É humanamentebiográfico.

Você, você e você também pode se encontrar um dia por aqui, nessas linhas.
Ando nocivamente arrancando pedaços sem avisar.
meu doce amor canibal. continuo pensando em você.
e talvez seja essa história de poesia pra fugir da rotina. nessa falta de sentido que corre em nossas veias.
com tanta arte, as respostas devem estar nas entrelinhas. su fo ca da s.
E você nunca vai saber o quanto eu poderia ser sua. Talvez.
'Qualquer dia, eu anarquista. Seu território
Direito meu.'



-É noite: bar, drinks, música, cigarros e beijos dados com saudades no sofá do andar de cima...


Bom, e já é outra história.

4.12.09

Pra hoje: - Um espresso duplo vanilla latte. Sem Rock.
Frase do dia. Pros dias que se seguem. Até meu último suspiro:


- Você não tem o poder de magoar ninguem -
E se o Sol ainda se fizer presente. Que se faça warm. Que eu te faço ninho.

Carta ao passado.

Prezado Passado,

Venho por meio desta, manifestar a minha tremenda insatisfação com os nós deixados em lugares inconscientes e de difícil acesso.
Sei exatamente o quanto de valor você me ensinou ao longo desses anos. Reconheço-os, sou grata e faço uso crucial de todos eles. Das belas imagens que me proporciona mentalmente ou por meio de fotografias. Infância com os primos, festas inesquecíveis em família, viagens, amores vividos, amigos que chegaram e que partiram. Das histórias criadas que construí ao meu redor. Tombos, primeiras festas, primeiro porre, primeiro beijo, primeira bicicleta. Você as vezes chega de jeito, através do cheiro. Dos carinhos intermináveis da Iaia ao pão molhado no leite do café da manhã.Tá tudo aqui nas cicatrizes. E quando vem de trilha sonora então, é covardia. Me deixa literalmente refém, melancólica, as vezes extasiada. Tudo depende do momento, do dia e da forma chegada. Tô recordando agora da sua amiga predileta, a Nostalgia. Sem falar na Saudade, companheira constante de chope e poesia. Tudo bem isso aí é pra guardar na memória. Tá valendo é bonito. Me enriquece em sabedoria. Mas essa sua mania sabotadora de prisão, convenhamos já passou. Tá fora de moda. Demodê. E nem me venha com essa história 'hypada' de vintage, de releitura, de retorno. Nem me venha. Você é bom de lábia. Contra isso não abro mão da minha memória seletiva. E olha que te dou até uma força com gynko biloba no dia a dia. Então não me sacaneia. Seja bonzinho.
Senão vai  pra sua conta o dinheiro da terapia.
Quando a gente acha que desatou um aqui, eis que surge outro ali. Mexer ou não mexer, a eterna questão. E quando surgem com essa história espiritual de carma e de outras vidas, é que fujo desatada pela contra mão. Era só o que me faltava, 'nós' além túmulo. Bú!
Mas voltando a questão que me fez escrever em punho esta carta. Não me entenda mal, não é rebeldia. Quero deixar claro aqui, que te respeito, que lhe tenho um tremendo apreço, pois sem você eu não seria ninguem. Mas também quero lhe propôr um trato, que não vai lhe sair caro. Siga teu caminho pro outro lado. E eu que não tenho escolha continuo fazendo a minha parte, transformando tudo em arte. Alguns nós, eu penso, em momentos de completo desespero que só me livrarei com choques elétricos, um dia, talvez. É um tanto dramático, eu sei, aprendi contigo meu caro. Você e suas observações mortalmente imprecisas. Mas até que tenho seguido em harmonia com você desde esse último mês. Sinergia, yeah! E vamos seguindo em frente. Um hoje de cada vez.
 Pronto. E pra finalizar o meu desabafo. Só te faço um último pedido, Honrado Passado. Que me deixe em presente um oportuno papel em branco. Sem fitas. Sem laços. Que o resto eu faço.

E faço bonito.

atenciosamente,
Michelle Matta.

3.12.09

Hoje minhas emoções estão em silêncio. Completamente do avesso. Do lado esquerdo. Do lado de  de dentro. Nua.

2.12.09

Fora da toca.

Encontrei minha alma gêmea.

Linda, faceira, inteira. Ali, me encarando de frente no espelho. Com muito carinho e sem meias palavras, digno de  parceria, me liberou pra sair tranquila e ser feliz;
 Com a minha alma não gêmea.


Ele me chamou em meio a um temporal destes de verão. Na rua, encharcado, me acenava insistentemente. Eu estava ordinariamente segura e sequinha em minha janela a observar a chuva, esperando não sei bem ao certo oquê, sentindo não sei bem ao certo o quê. E não pude desprezar tamanha energia que vinha do olhar daquele homem. Não vou dizer que sua aparência inspirava segurança, ou sanidade. Mas havia algo mágico naquela cena. A sua intenção estava impressa no ato - Decidido, destinado, se aproximou em passos largos e me entregou, segurando em uma das minhas mãos um pedaço de papel, um pouco borrado e amassado - pudera, a torrencial água que descia do céu naquele momento.- Nunca o tinha visto, desconheço o tom de sua voz, mas desde então trago aquele papel em meu bolso, aquele instante em minha memória e não perco uma chuva de verão, em casa, olhando pela janela.



Reproduzo agora o bilhete, que sossegou a minha espera.




Cara Michelle,

Quantos Séculos Precisa um Espírito para Ser Compreendido?


Os maiores acontecimentos e os maiores pensamentos – mas os maiores pensamentos são os maiores acontecimentos – são os que mais tarde se compreendem: as gerações que lhes são contemporâneas não vivem esses acontecimentos, - passam por eles. Acontece aqui algo de análogo ao que se observa no domínio dos astros. A luz das estrelas mais distantes chega mais tarde aos homens; e antes da sua chegada, os homens negam que ali – existam estrelas. “Quantos séculos precisa um espírito para ser compreendido?” – aí está também uma medida, um meio de criar uma hierarquia e uma etiqueta necessárias: para o espírito e para a estrela. Por isso não se acometa. Viva e esqueça de ser compreendida.



Friedrich Nietzsche

1.12.09




Atarefada de desejos
Cumprindo vontades
Agendando divertimentos
Sem tempo
Em reunião comigo mesma
Com o horário tomado de alegria
Vou traçando metas
em direção
aos pensamentos
deixando fluir na correria
a fumaça do dia a dia
'cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração'

Com lobos?

nãaaao...,

com Pumas.


e no impulso de gritar todas aquelas cartas de amor não escritas:
- vai, abre a porta!
 me arranque de vez todo esse orgulho, porque tenho medo de que.








*abri a porta

entre

shimeji e sardinha, 2 doses de caipirinha


e vou seguindo em ser feliz.
...Olha no espelho,
recupera o fio da
Meada
Ela sabe quem é. Ela não é Yeats,
não é Rilke,
Neruda,
Blake,
Drummond.
Ela é mulher,
poeta que volta no tempo enquanto dorme,
revendo o amor que acreditou...



Come on, Baby

Transformar esse limão em limonada
Passar da solidão pra doce amada
Pegar um trem pra próxima ilusão

Come on, Baby
Segurar esse rojão metade cada
Seguir o coração em disparada
Numa estrada que só tem a contramão


Come on, Baby
Arriscar num passe só de palhaçada
Faz de conta que o que conta conta nada
Apostar na falta de exatidão


Come on, Baby
Repartir toda noite em vários dias
Repetir tudo o que seja alegria
E sonhar na corda bamba da emoção


Come on, Baby
Voar sem avião, sem ter parada
Inverso da razão ou tudo ou nada
Fazer durar a chuva de verão

Come on, Baby
Você e eu, luar, beijos, madrugada
A vida não tá certa nem errada
Aguarda apenas nossa decisão

*Alice Ruiz





















alguma coisa em mim
não tá na cara
alguma coisa em mim
eu nem te conto
alguma coisa em mim
ainda vai longe