Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

28.12.10

hello darkness, my old friend.

Foi um mero acaso de circustâncias que me levaram a viver tudo aquilo.

a vida cotidiana e seus lirismos. Nessa teia de associações que nos levam a baratear aquilo que se sente. Sobrevivi por pouco. Me familiarizei com meu submundo, joguei cartas com minha sombra e sobrei. Essa minha mania de transbordar pertubadora, é onde tilintam meus cristais interiores. E pra variar brindo ao meu retorno, sempre. Porque, se vou domesticando minha fera, te garanto que não corto suas garras. Preciso de uma a uma para me agarrar ao que acredito. E olha, que (ainda) sou dessas pessoas que acreditam profundamente sem nem saber explicar. Pois eu acho, que há poucas coisas tão sedutoramente cúmplices do que esse mergulho demorado que restabelecemos com a nossa ligação à terra, às nossas origens, à nossa escuridão. Num ato com a alma que nos devora e cospe. nos devora e cospe. nos devora e escarra.

the letting go.

24.12.10

INtóxicaDA

me empanturrei de mim.
 cortava-se mais uma folha no calendário. E naquele ano, ano esse de versos sólidos, decididamente  o que não me faltou foram pedaços. No exercício de deglutir-me. restituir-me, instituir-me, substituir-me.
Foram pedaços lançados goela abaixo.
Rasgados a dentes, a garras, a fome, a pressa, à cia. Mastigava-os como sabia, como podia, como sentia.
 Comia. 
Porque fugir da vontade da gente
 dá um trabalho danado e
 me encarar de frente era o cardápio mensal.
O prazer tremendo em me servir inadiavelmente de prato a cada dia, cabia à mim.
Mal cabia assim.
 Farta ceia sadia.
Fatídica.
Como quem abre os pulsos.
 Como tudo.
-
exprimi meus risos mais aveludados e vagabundos
me agarrei pela cintura
e sei um pouco mais
do doce AMARgo.

21.12.10

apaPutaque



Só já é gente demais
e no tempo da língua de alguem
me perdi na conversa tosca
naquele momento: algo além.
Nem vem pá virada- me deixe
assim le-viTando
Esses seus verbos mágnificos
de puro charlatânismo já
Não exercem em mim.
Banhada de cuspe, dura língua sua
não cabe mais a mim despir-lhe de ti
e enfiar-lhe o xy da questão
Saí dessa chanchada
Saí pôr- no mínimo
detalhe que aqui a(r)risco
e volto a ser
tradicionalMente
literaTUrA
mágica
Nua
sonho Teu

16.12.10

phobic meditations


no que diz respeito à procura metafísica de um outro que seja o outro, em cujo reconhecimento nos sintamos nós.


Reconheço: isso acontece (2, 3, 4..vezes)


13.12.10

supõe-se o vazio
impõe-se tudo
intui-se a metade
entrega-se inteiro.



Diante daquela imensidão em que minha essência indefinível se atira,
eu e minhas várias faces de pura contradição. Torno a mim uma das mais divertidas invenções.
Ainda sou um livro de capa dura, que não cabe em qualquer mochila,
mas que se adapta nas melhores das intenções.
Dizer o que minha alma grita é exercício constante, para meu coração 12 por 8.
Continuamente,
ainda me pego vez ou outra
me alimentado de plenitude, arroz e feijão.

8.12.10

leve tudo amor. Não esqueça o torcicolo, ele é seu tambem.

sem pensar nas falhas e marcas dos corpos já usados, se entregaram. E precipitadamente, não que isso não seja de bom tom quando se fala de amor- precipitar-se - eles dividiram a toalha, o armário, a pia, o lixo. E se jogaram na montanha russa que era aquela aventura tragada à quatro pulmões. Os pronomes usados eram os mais possessivos. Ah, tudo era permitido! Um egoísmo aleatório aos que não sabem a sede que dá amar. Dois corações palpitando um sobre o outro em sentido anti horário. Estavam na palma da mão do mundo e sorriam quando perguntados como se conheceram, com tanta gente a procura.  E estes dois foram felizes, e foram completos e foram inteiros, doidivanos, vagabundos, alucinados, noturnos, clichês, intensos... Só não foram invisíveis.

Hoje extintos.

3.12.10

o estranho.


Engraçado que as pessoas conseguem demonstrar facilmente o tipo de música que gostam em pequenas atitudes cotidianas. É claro que tem aquelas que enganam. Você olha e pensa que a pessoa deve ter a discografia do The Cure, e, quando vai ver, ela ainda pensa que Boys don't cry é dos Smiths. Mas a grande maioria consegue desenhar no rosto a capa do cd preferido. E na maioria das vezes dá até para ter uma idéia dos filmes preferidos.

E foi numa tarde assim, que tive vontade de conversar com aquele cara que assobiava uma das minhas musicas preferidas.


2.12.10

Venha, encha meu copo e me observe contar tudo.

e se for possível, continue me fotografando com a palma da sua mão. minuciosamente. Mais de mim do que não sabia, mais de mim do que ainda não tem nome e que não identifico nas polaroides do dia a dia. E ainda que tudo pareça pulsar extremo, não me deixe entreaberta.
Entre.
Acabei de chegar da rua e escrevi nas paredes. não encontrei nenhum cantinho da paz por aqui. estava me sentindo tão sozinha, que não era minha em nada do que sentia.
Tenho outra parede aqui. Tenho outra parede aqui.

28.11.10

decifre o que está por trás do atrás de todas as palavras...que é lá que eu quero chegar.

E estou cheia de palavras que não são.

Desejos maciços

Descarada, errante
morria sempre no final.
A vontade decisiva
Além de motivos
E crivos
mas pareciam mordidas
tatuadas na nuca.
E era tanto
 E infame
em tato, calor e peso
Que mesmo em dia
Aço em ponto de liga
Lhe fazia uma falta
contínua
A aridez dos seus amassos.




''..She's running out again..."

26.11.10

troco pra $50

a qualquer momento você pode ser a coisa mais bonita que eu conheci.
e quando seus pecados me tirarem a razão, o chão
e quando suas besteiras me distrairem no meio do trabalho
e quando a chuva passar
eu, digo que a qualquer momento
segredos e fotografias não reveladas
podem ser a imensidão mais bonita que eu já senti.


22.11.10



Eu, sentimental
gosto dos pecados
e de seus adoradores
Senhoras e senhores
que alagados
registram magistralmente
aquilo que sentem
E de tão embriagados
transbordam
e permeiam novos contornos
para o amor.
Eu, racional
gosto dos alienados, alienantes
(compulsivos) amantes
onde tudo é constante.
Sempre (des)iguais
no tim tim por tim tim.
(In)controlavelmente emocionais
Poderia ser opcional
 a paixão.
Mas no pisar desse chão
sem medo
de um completo afeto
Sigo reto
fã por decreto
dos tortos
(en)fim.

16.11.10

O coração pesava uma tonelada de coisas que ele me disse enquanto eu metia a língua no copo dele.
Eu era um baú destrancado, levando água, energia e amor. O suficiente para nos manter acordados até o amanhã que não viria, mas que, de qualquer forma, chegou.

10.11.10

beco sem saída


 e chega ao fim a minha arte.

Preciso de um espaço maior pra expressar a minha dor.
Você não entende e nem nunca vai entender.
Aqui jaz meus últimos vestígios de valores humanos.
E vou me entregar, ainda corpo, ao eleito que cruzar o meu espelho
em deleite do mais puro encanto carnal
Quero me ver dilacerada por todos os desejos.
Sentir gana, o pranto, o medo
Escancarar em meu leito
Aqui jaz meus últimos vestígios de valores
Sodoma Gomorra e a Porra toda
 quero a morte assim
 lenta, plena, gozada.
Vou ser mais um brinquedo nessa trama
galhofada, cana e lama
E num instante findável, aprecio minhas últimas lágrimas..
aquelas que ficaram pra trás
ainda amargas
e contorcidas
era de sal o meu fim extremo.
E aqui jáz meus vestígios
-
mais intensos.

9.11.10

- precisa?
- preciso de tudo.
 
e começaram a dançar ao sabor da imprecisão.

Não exatamente o que eu queria ou Prefiro puro mesmo...

Pura ou traçada
Gosto de pensar que dura
Ainda que jaza amarga
Gosto de saborear a doçura
E não a beber apressada
Tomar o grau de loucura
Numa alcolémia desinteressada
Espantar no gole que muda
E até no que não sabe a nada
E, ainda que urja
A vontade de ser abandonada
Agarro o copo da vida pura
E dou-lhe outra golada

8.11.10

it's delicate.

eles eram duas canecas.
Daquelas que ficam na mesa que fica do lado em que todas as loucuras podem acontecer.
Ela desejando mais que um abraço.
Ele desejando todo aquele espaço.
Eis que um dia, na terceira palavra forte, ele se jogou da mesinha. Ensaiou uma morte pequena, um buraco raso pra se jogar. Criou distância, inventou certa tristeza.
Um covarde e suas invenções.

E deu tudo errado.

4.11.10

Essa (não) é a história de amor que eu quero em meu porta - retrato.


entre eles  ficou combinado o seguinte: Você tira minha blusa e eu arranco seu coração.
Naquela história de degustar, mastigar e se vestir outra vez. Nada de promessas territoriais.
E no banheiro usado, deixou no espelho embaçado o telefone e um beijo, em letras garrafais.

30.10.10

confesso.

confesso meu atrevimento em face do engodo disfarçado coletivo. Sábia menina, já sabia o que queria. Ah, se todos  soubessem o saber do que ela queria. engodo usavam fácil na vida. Barreira ela não tinha. Mantinha o alado quando o detinha. Ah, se todos soubessem o querer do que ela sabia.

28.10.10

e para o bloqueio espacial promovido pelos E.T.s,
por aqui,
quem sabe, descalço a ti.
(agora, Neruda perdeu as botas)
Porque se poesia fosse crise, baby
 Nietzsche
seria nada além
 de um descontrole
emocional. 







encontrei isso quando caí na toca do coelho

O amor quando se revela
Não se sabe revelar
Sabe bem olhar pra ela
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar

Mas quem sente muito cala
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala
Fica só inteiramente.

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar
Já não terei que contar-lhe
Porque lhe estou a falar.

Fernando Pessoa

as nossas sensações são a única realidade que nos resta. é a única ciência que satifaz.



The  End  Begining

26.10.10

(Des)comporte-se
enquanto
(De)liberada(mente)
ainda
me (im)porto

vale tudo

essa história começa de coração virgem. apaixonada como uma virgem da novela das seis.

e termina desvirtuada
suada
de unhas vermelhas
quebradas
falida, como a vilã das oito.

(corta)

a paixão nos vende barato.


24.10.10

faço rock'n roll com pernas, letras e destinos.
(aumenta o som)

e que a utopia dos meus desejos me façam cometer deslizes.

Estou descalça.

diante da extrema urgência daquilo que sinto e nem sei dimensionar.
 Sou presa fácil do que pulsa. E estou aqui descalça e de pulsos abertos para que jorrem todos os meus sentimentos enquanto sinto nos pés o peso que a gravidade tem. São todas essas coisas feias e bonitas que falo, e quero ver anotadas nesses muros caretas que escondem a covardia dos que não sabem o que fazer com o que sentem. Te provoco maliciosamente pra deixar marcado como vinho tinto na lingua da gente. Quero atingir a profundidade de espaços impenetráveis, pra ver como fica essa cara de espanto e assim instigá-los a criar novas estruturas pra expor o que se passa por dentro. Pausadamente, aguardo você gritar seus palavrões mais feios, sem receio.

Adeus tristeza, que me arranha a alma. nesse exato momento estou sorrindo.

21.10.10

ora mentiras lavadas. ora mentiras deslavadas.

Uma história sem pé nem cabeça

No telefone os números discados continuam mudos.
e mais uma vez sangram feridas que não cicatrizam. Chegue mais perto, desamor, grite coisas que eu nem sei sentir. Venha dor inevitável! Porque amanhã ou depois tudo e meus pequenos anseios irão sobreviver. E  enfim,  poderei cantar todas estas canções que você insiste em dizer que não conheço.
Mato-me, mas renasço.
e ele vai voltar pra casa com a mesma cara, o mesmo gosto, o mesmo cheiro, a mesma pele, o frio, o sono, a solidão.
Vai tirar o maço de cigarro da calça e jogar no lixo antes de entrar. Pra ninguém pensar: Esse cara precisa de amor.

19.10.10

pequeno texto escrito em junho que serve pra jul, agost, set...

concreto
e resolvi emoldurar todos meus desvios.
Já era tarde da noite e minha vontade, que seja feita, foi sem demora executada. E em plásticos os emoldurei herméticamente, desvios meus na parede.

13.10.10

Fogo!

meu querer é anatômico, que eu espero encaixe e não desejo perder mais.




















{até que as vezes perde sentido e vira pedra de pequeno afeto}
se eu desaparecer, meu bem
desespere não
tô por aí no vendaval
na contramão
em alguma nuvem
frase, conto
 pé no chão
só não espere carta
bilhete, informação
sou dessa gente moderna
 que mesmo longe
dispersa
acredita
fulminantemente
no que tá no coração.


"Somos todos anjos de uma asa só
é preciso nos abraçar para voar."
Mário Quintana



8.10.10




...e foi coração pra tudo quanto é lado.

naquele instante o eixo do meu corpo transbordou
 e me vi abstrato. Era crucial, sabe?
amar o que sou, ressaca e alagamentos emocionais.
Baby, ainda estou decifrando algumas partes.

era verde demais pra estar pronta pra morrer.

6.10.10

cheia de graça

Aos domingos eu sinto falta de ar.

mas de uma hora pra outra essa falta começou a me atacar segunda, terça, quarta, quinta, sexta e também aos sábados. Então numa sequência rápida de decisão resolvi ir embora. Thau, fui. Tô partindo, abandonando tudo.
Deixo pra trás uma gente medíocre, que censura, de uma hipocrisia monocromática que devora os meus pulmões. Deixo pra trás uns sonhos perdidos, frustações, seres ridículos e limitados, a covardia e algumas manias. Deixo pra trás perguntas sem respostas e respostas sem sentido. Deixo pra trás alguns vestidos, falsos sorrisos, falsos amigos e uma porrada de erros. Deixo pra trás um punhado de expectativas e falsos moralismos. Deixo pra trás pessoas que deveria ter deixado partir, tristezas que eu deveria ter deixado chorar e as dúvidas. Deixo pra trás as eternas dúvidas.
Quero uma mala pequena. Uma nova etapa, uma nova história e pouca memória.


'Assim digo a vocês, se vocês não mudarem e ficarem parecidos com crianças, como esta,
vocês não vão entrar no reino dos céus.'
(Jesus Cristo)


.

4.10.10

o vinho pergunta

e eu respondo:
- anseio hoje pela variação do meu ultimamente.
quero sempre saber o que está por trás de um coração que bate
 no exercício de ser destemida em mim
aprecio meu reflexo no outro

também


Ah...sim, ainda amo você.

Querido diário

Segunda-feira:
Criar a partir do feio
Enfeitar o feio
Até o feio seduzir o belo

Terça-feira:
Evitar mentiras meigas
Enfrentar taras obscuras
Amar de pau duro





Quarta-feira:
Magia acima de tudo
Drogas, barbitúricos
I Ching
Seitas macabras
O irracional como aceitação do universo





Quinta-feira:
Olhar o mundo
Com a coragem do cego
Ler da tua boca as palavras
Com a atenção do surdo
Falar com os olhos e as mãos
Como fazem os mudos





Sexta-feira:
Assunto de família:
Melhor fazer as malas
E procurar uma nova
(Só as mães são felizes)



Sábado:
Não adianta desperdiçar sofrimento
Por quem não merece
É como escrever poemas no papel higiênico
E limpar o cu
Com os sentimentos mais nobres





Domingo:
Não pisar em falso
Nem nos formigueiros de domingo
Amar ensina a não ser só
Só fogos de São João no céu sem lua
Mas reparar e não pisar em falso
Nem nas moitas dos metrôs nos muros
E esquinas sacanas comendo a rua
Porque amar ensina a ser só
Lamente longe, por favor
Chore sem fazer barulho..

-cazuza-

3.10.10

tenho sempre a vontade de nunca abrir mão de chorar aos montes.

vontade de abraço apertado
de beijo demorado
de dizer que tá tudo errado
vontade de vinho gelado
de entrar no compasso
beber no gargalo
de me jogar nos seus braços
vontade de sumir do mapa
somar as palavras
 te arrancar das baladas
vontade de rodar a baiana
encher a lata de cana
 me jogar na cama
de ser uma dama
e de fazer muito drama
vontade de dizer não
gritar palavrão
de dizer sim pra tudo que vir
de me jogar no mundo
e te fazer sentir meu gosto profundo
vontade de te fazer prisioneiro
te libertar o ano inteiro
só pra te dar mais vontade de sentir meu cheiro
e é essa vontade que nunca se acaba
que me faz morada
e me deixa à vontade no corpo em que está.


Mais tarde a gente fala
Agora a gente (se) olha.



1.10.10

não. dessa vez não é Camões.

Então, vamos falar de amor.
Não o amor de Camões, que é ferida que dói e não se sente. Quero falar do amor que te faz perder o controle, depender do outro, doer por inteiro, se sentir corpo, vísceras, intestino. Não é o tipo de amor que você ama, mas é aquele que não tem como escapar e que te faz ter as melhores histórias pra contar. Amor de guerra, onde seu corpo é domínio tomado, território de toques e palavras que soam como canhões direto ao corpulento pulsante. Espaço invadido por soldados rosados bandeira adentro. E você fica sem saber se isso é amor pra valer ou tesão absoluto!
 Porque o processo também é químico, físico, biológico e até mesmo psíquico, contagioso e transferido de uma pessoa para outra como o bocejo, um vírus letal, uma gargalhada, uma bolada em jogo de queimado.. e como a coisa chega, a coisa saí fora de controle, te faz sangrar e você se pergunta porque teve que se apaixonar ao invés de serem melhores amigos, daqueles que brincam na escada do prédio vizinho.
 Bom, evidências científicas provam que a vida continua com ou sem amor. Cicatrizes, pontes de safena, juntar caquinhos fazem parte de todo esse processo, e nessa altura do campeonato você não vai deixar de entregar por inteiro seu coração na mão desse alguem que pode estar na esquina a frente.
Nunca tenha medo de novas versões. nunca.
- desculpe, não te conheço.
- prazer, Perigo.
Sol
forte demais
você será ainda
o gelo
mais gostoso
de se ter
na nuca


preste real atenção em meus olhos, iluminar preenche mais que o vazio.
_

Que sejamos, até o final, retratos do momento que durou um segundo antes de você dizer o que queria e eu me calar.

Todos os amores podem morrer.
Eu digo que todos estes amores podem morrer enquanto o meu banho demora ou enquanto eu giro a chave do carro. Quando a coisa certa foi certa demais para os que vivem e existem de mortes renascidas. É um risco dos mais fatais, saber que as paixões não matam nada e nem ninguém, e no entanto o amor é nascimento. Todos estes amores podem morrer um dia. No silêncio, no sossego, na inocência de quem pede perdão, no café da manhã, na longa distância de um abraço.

E tudo isso não passa de uma rápida confissão que faço sobre a borda do meu oceano.

28.9.10

Nem tente negar essa coisa estúpida que acontece com qualquer um.

pobre de amor qualquer, esbanjando o orgulho dos bandidos sujos e apenas bom para o papel. Terminemos nossas lágrimas mais urgentes, em pontos extremamente distantes um do outro, pra caber um qualquer que não valha, mas que está aí à mão, a pé.  
E falo baixinho, organizo as palavras, faço a intensidade dançar, e não te vejo aqui e nem lá.

27.9.10

status quo: no silêncio que um livro proporciona


um luxo.
E lhe pedi para que se virasse do avesso:

- Por favor, será que poderias pôr para fora seus pulmões e coração para que o ar frio que suas entranhas temem tanto em sentir possam tocá-los de forma real? Que lhe prometo que do avesso, o universo inteiro ficará por dentro- como seus sentimentos temem tanto em mostrar.

Agora, emocionalmente será que poderia fazer a mesma coisa?

19.9.10

o que me excita é essa sua cara de espanto.

_


Acho que agora está nítido, não?

Tudo acontece ordenadamente.
Algum tempo passa..
E você volta para casa compreendendo, enfim, porque é que a sua avó era tão feliz em seu tempo.

detalhe: estou com aquela blusa que só coloco em momentos importantes.


_
atmosféricamente,
 ainda prefiro a leveza do papel
 que escrevo
 e que ainda vai ganhar o mundo.

alguns versos entre outros paradoxos entre outros

inadiavelmente
seu desejo é ser confortada com intensidade
irremediavelmente
o que a acalma é suas entranhas anunciadas

vai entender o que ela enxergava de dentro pra fora.

vai entender o que ela enxergava de fora pra dentro.


*leia também, se for capaz, o que vem só em vermelho.
(é, as vezes sou didática)


15.9.10

refém da liberdade

...e vou
marchar na frente daquele batalhão, de saia vermelha, cabelos soltos, argolas nas orelhas. Pra em sentido, fuzilada ainda dizer, subvertida:



- Bom dia, General!
eu e meu vestido de sorrisos

ando..

idéias etílicas
idéias anatômicas
idéias descartáveis
idéias flutuantes
idéias musicais.

tim tim por tim tim
no meu lirismo pagão, sigo a alma que me resta.

espelho, outra vez.

- será eu a que pergunta ou a que responde?

(olho-me e encaro)

e percebo que sou o avesso daquilo que estou vestindo. e que sou o que estou vestindo avesso daquilo que percebo.

(viro-me e saio correndo)

enfim, a tal da maçã. ou seria o veneno ou seria tudo invenção?

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..e chegara a conclusão fatal de que melhor engolir o sapo antes de que o mesmo torne-se príncipe. Estava cansada de era uma vez.



10.9.10

10 de setembro em algum ano qualquer..

..ela chegou como aquilo que as veias pedem. intelectualmente medíocre. crônicamente irônica. preferia na infância (e ainda) ser um gato a uma flor ou mesmo ser levada por um extra terrestre pra conhecer o universo. nas horas que lhe sobram, descobriu que arranhar palavras poderia salvar a própria alma, e nas demais que lhe restam observa à gargalhadas o que acham de tudo isso que é o mundo. Já educa um pequeno, sem nunca ter a certeza de que se esse papel de fato pertence a ela ou ao pequeno. E ainda carrega uma sacola de grandes e bons sonhos que acredita piamente ao atravessar o arco íris segurando-a firme, todos irão se realizar.


'Viver é bom
Partida e Chegada
Solidão
Que nada'

9.9.10

morda em mim nada que esteja entre essas almofadas
e que não tenha sangue o suficiente
para estourar.

8.9.10

temporariamente

não quero ser piegas, mas ventar é mais inspirador que sufocar.
E ficamos assim nos desconhecendo até o fim. Preenchendo os vazios com liberdade de fatura paga mês a mês. E quem sabe enfim, nos apaixonemos novamente por nossas adoráveis imensidões de vidro verde. Ah, desculpe-me se estou sendo repetitiva, estou? Porque se é pra devorar o mundo como falávamos enquanto enchíamos a cara de vinho as 4 da matina, e a pele ainda quente desejava mais do que longos abraços, tem que ser comigo. Boca a boca, esôfago a esôfago, fígado a fígado.              
Bom, e pra deixar claro, os detalhes casuais, na minha vida você já é imortal, baby.

3.9.10

'Talvez seja possível amar uma mulher por causa de um livro, de um poema sublinhado, de um filme em preto e branco, de uma casa, do olhar de um homem quando fala dela, da forma como o seu cão a espera.'

Ana Teresa Pereira

31.8.10

couple


Decida-me. Escolha por mim. Me ensine.


Mas me deixe assim, escrever na tua cara. Tatuar na tua língua todas as minhas versões originais. Cometer crimes. Pirar. Fazer um chá docinho pra te ver dormir ao meu lado. Acordar sem roupa. Sentir calor. Sujar todos os móveis da casa de poesia e gozo.


Prenda-me. Liberte-me. Queira tudo de mim. E, por favor, me deseje por inteiro todos os dias.

Seja o que sou. Seja você.

30.8.10

É baby,

eu sou assim. Já te disse. Sou duas dúzias de mulheres. Um harém.

e meu olhar é doce.

Conjugue-me


eu estou no presente
e mesmo que mais que perfeito
o indicativo do futuro
me leva ao imperativo de um infinitivo pessoal
mas meu particípio, que por nada fica no passado
só fala de uma coisa ao seu lado:
É no gerúndio que eu passo mal.

29.8.10

Parque de diversões

eu o deixo deslizar no escorrega do meu corpo e depois tomar todo o sorvete do mundo!
meu sentir profundo exprime risos vagabundos e aveludados.
 Teu amor eu trago.
invade meus pulmões
Oh!tóxico
 amor

e a ponta eu guardo
para posteriores abstinências.

e o tempo cura os sonhos.

Essa vida é mesmo, certas vezes, uma ironia indiscutivelmente sem graça.


E num súbito passo latino engulo o mundo de uma só vez. Naquela dança que rodopia, por aqui fico poetizando bailarina. E menina, um par de asas pra te abraçar não vai faltar em dias de lantejoulas envelhecidas.

28.8.10

Pedacinho de terra em Plutão (latifúndio)

e não me condene por essa invasão
permita-me cuidar do seu campo.

27.8.10

a conta e o risco.

No banco traseiro.

subvertida à retalhos de preces ditas letra por letra em boca vermelha.  e repito paciente e sem conflito: não me condene por esse apego, sou à prova de disciplina. Ficar assim sem ar, em nada me espanta. a camisa rasgada, bota na minha conta.

.

Wake me up when the bluebells are ringing

a-mor - mor-te

enfim sós.

25.8.10

blasé

a palavra certa
no tom
absoluto nu 
te faço letra enquanto chamas meu nome
já sem privacidade sob o céu
raio.

E vestidos não nos reconhecemos mais.





há saber, ando bastante interessada pelas coisas do silêncio. 

no meu silêncio ou mesmo na minha ausência

 não há uma única palavra que eu possa sublinhar, todas igualmente agudas, comoventes, incisivas e necessárias.

19.8.10

mundo, ajuda-me a desnascer.

ensaio: despir a pele

o problema nunca é a falta de outro corpo. e sim, o corpo em si, que não se basta.

E ficamos assim, um amontoado de tecidos e desejos. Vazios que não se pode preencher. Músculos contraídos, feridas abertas, órgãos insuficientes, sopro no coração.. Bom, agora é fácil distinguir meu corpo no meio da multidão. E o mundo afrouxa os dedos da minha garganta, parece divertir-se ao me ver experimentar a respiração ao redor da carne viva.

baú de março 2010

plano para (dominar) o mundo- parte final

empresto-te o meu corpo (vista-se de mim)
mas terás que tolerar ouvir-me dizer
que te amo

antes de desligarem o microfone.

é mesmo? de novo não vai comer arroz com feijão?

assim vão te rotular de louca!

tá bom, eu te entendo.



Tome cuidado sujeito!
que sem verbo andas mal acompanhado
enchendo o peito de adjetivos
Intransitivamente
pode sair predicado.

Leminski, meu amado, poeta, escritor e virginiano

Merda e Ouro


Merda é veneno.
No entanto, não há nada
que seja mais bonito
que uma bela cagada.
Cagam ricos, cagam pobres,
cagam reis e cagam fadas.
Não há merda que se compare
à bosta da pessoa amada.

17.8.10

e mais uma vez, o baú. (um dos escritos em março de 2010)

Massagem cardíaca

e lentamente com visão ainda distorcida por imagens em movimento. Aquela velha história de se jogar de olhos fechados no vazio que as emoções atiram. Um corpo aberto em choque com a memória de outro corpo, buscando-se. Entre espasmos de um prazer fulminante a galopes derradeiros dos cheiros que ainda lhe resta na memória. Sangue, pulso, sangue, pulso, pressão em descompasso profundo. E subitamente, uma luz fria que entra pela janela, encerra todas as coisas do princípio e fim do mundo.

antes: a maçã.

Leva
Enleva
Subleva
...

e eu espero, Adão.

16.8.10

(...)eu pretendo mostrar o meu
espírito.
Não concebo uma obra de arte
dissociada da vida.(...)

Eu, o senhor Antonin Artaud, nascido em Marseille no dia 4 de setembro de 1896, eu sou Satã e eu sou Deus, e pouco me importa Virgem Maria

Livres?

entre dois pontos: o espaço.

e tudo ficou ali, naquela concavidade terna que é o espaço entre a curva de um pescoço e um ombro, morno, macio..
Com o cheiro exato que deve ter.
e bate em mim essa coisa louvável de incitar a imaginação.

antecipada

Maria, a doida, pra variar perdida
Não que Maria, a doida, não ache a saída já que entrou de cabeça
Pra variar
Maria, a doida se antecipa no labirinto da vida adentrando portas
Que ninguem acredita
Pois é ela, Maria, a doida, maluca, pervertida
Que de sorte esculpida sabe a única saída
De ponta cabeça, essa é a entrada em Maria.
Algum sentido faz
Faz tempo
Na cara ou coroa
fico inteira.

12.8.10

xilindró

falei pra você, sem planos. encontros em desenganos. trapo, laço, rastro jogados. coisa pouca comida, lambida, um desperdício do escambau. 

negar pazer é crime, meu bem.

11.8.10

flancos
barrancos
ancas
tacanhas
anestesia
extirpa

revirando meu baú, mais um dos que escrevi em 2009

Ele me chamou em meio a um temporal destes de verão. Na rua, encharcado, me acenava insistentemente. Eu estava ordinariamente segura e sequinha em minha janela a observar a chuva, esperando não sei bem ao certo oquê, sentindo não sei bem ao certo o quê. E não pude desprezar tamanha energia que vinha do olhar daquele homem. Não vou dizer que sua aparência inspirava segurança, ou sanidade. Mas havia algo mágico naquela cena. A sua intenção estava impressa no ato - Decidido, destinado, se aproximou em passos largos e me entregou, segurando em uma das minhas mãos um pedaço de papel, um pouco borrado e amassado - pudera, a torrencial água que descia do céu naquele momento.- Nunca o tinha visto, desconheço o tom de sua voz, mas desde então trago aquele papel em meu bolso, aquele instante em minha memória e não perco uma chuva de verão, em casa, olhando pela janela.



Reproduzo agora o bilhete, que sossegou a minha espera.

Cara Michelle,
Quantos Séculos Precisa um Espírito para Ser Compreendido?


Os maiores acontecimentos e os maiores pensamentos – mas os maiores pensamentos são os maiores acontecimentos – são os que mais tarde se compreendem: as gerações que lhes são contemporâneas não vivem esses acontecimentos, - passam por eles. Acontece aqui algo de análogo ao que se observa no domínio dos astros. A luz das estrelas mais distantes chega mais tarde aos homens; e antes da sua chegada, os homens negam que ali – existam estrelas. “Quantos séculos precisa um espírito para ser compreendido?” – aí está também uma medida, um meio de criar uma hierarquia e uma etiqueta necessárias: para o espírito e para a estrela. Por isso não se acometa. Viva e esqueça de ser compreendida.


Friedrich Nietzsche

9.8.10

arte minha que serás tua assim que lida


engolida.

(vê) nto

vê (rdade)
vê (neno)
vê (ncido)
vê (rsículos)
vê (lhos)
vê (stidos)
vê (nero)
vê (rsos)
vê (ndidos)
vê (jo)
vê (?)
Aos poucos, aprende-se a desaprender tudo o que dói. E dói menos.
Dói diferente.



E meus planos para dominar o mundo
 continuam em crescimento



docemente.

ok, ok...você é mais legal que eu.

Hei, eu não faço poesia.

pego algumas palavras que cercam branquinhas meus floridos pensamentos, tasco um pouco de sangue, um pouco de gula, uma boa dose de melancolia, uma pitada de gente atrevida e voilá...! Imprimo letrinhas verticais à vida horizontais
ou tanto faz.

ok, ok..

4.8.10

 língua
lambe
lânguida
lasciva
linguística
saliva
laboriosa
lambida
bocuda
entre pernas
passivas
robustas
e
as vezes
a fala
traça.

embora as noites carnívoras pareçam sempre graves, vamos continuar...


atmosfera padrão.

ela estava certa
era diferente de mim.
um pós amor traumático, primordial
um queira ou não queira digno do banal.
Ascende a luz, o cigarro
Porque no escuro eu não quero mais nada - fala mansa, inebriada, fumaçada.
E faço as honras desse amor travesseiro, daqueles que se tem apego dia a noite
Inteiro
Porque me empresto, porque te empresto
Amor corpulento em atmosfera fora do padrão
Daqueles de palavrões lascivos
e digo mais
Se algo aqui tem que fundir que seja nós dois e colchão.
Extra large é o que pulsa , pois se o amor enlouquece imagina ficar sem ele.
Imagina sem ele.

2.8.10

[aumente um ponto]


eu e meus parágrafos curtos adoram essas suas demonstrações de amor em via de ser devorada, enquanto só a capa é dura. Fui logo avisando, que era curva fechada em auto estrada e o perigo estava em não acelerar. Você seguiu linhas e entrelinhas das minhas poesias. E eu mais tarde, impreterivelmente, me veria abraçada ao seu tórax rindo de bobagens e sentindo tudo aquilo que prevíamos nesse conto.

31.7.10

acordo
descordo
me alimento
e nasce mais uma das que invento.

entorpecida de si mesma.

papel
um bar
caneta pro jantar [almoço]

em tudo de novo. de repente o beijo.

me deixar falar estupidamente sobre tudo o que eu já disse antes

eu e essa multidão.
Porque acordo com o peso de gente dentro do meu peito, mas o que me desperta é uma nota só desse rock.

29.7.10

não entendo prisão em rotina de hóstias. Quero tingir minha língua de roxo.

encantos
divinos
na quebra
de padrões
óbvios
vou pulsando enigmas a cada dobra
esquina.

porque..

se apaixonar é ter dezenas de verbos para colocar no plural. e o que mais gosto nisso é essa vontade de proximidade sem ter medo da visão embaçar. Sinceramente, nesse momento, tudo junto é você num amor só.


e que venha pra mim sem retoques.

27.7.10

mulher é essa coisa desdobrável
e eu, brigadeiro a colherada.
e a paz me transforma em um bicho faminto.
sem vírgulas
para
o tempo certo.
Leia-se: sem respirar

assim, nós.

Resolvi contar nos dedos
Não que sejam necessários para que eu conte
Dedos
e ele me tocou
segredos
não que seja de fato sussuros
saiu pela boca
Selos
enquanto desejava
Mãos/ Seios
cheios de vontade
Mansa era fala
Já que não havia mais saída
Pro peito
Em falo rijo
Sua sou de corpo inteiro
Deleite
e não conto mais nada.

23.7.10

dos que escrevi em 2009

-Minha perspectiva-


E o primeiro toque de prazer que me deu foi com palavras. Homens inteligentes vão direto ao meu “ponto G”, o ouvido. Ele nem precisava criar situações para me envolver, mas deixei, queria entender seu modus operandi.
Um lorde, um vampiro pós-moderno sem presas, sem imortalidade e que anda entre trabalhadores. Um ser assim já tem nome em psiquiatria, mas eu não aprecio rótulos e me encanto demasiadamente com homens inteligentes.
E mesmo graduada em 'reconhecer um vampiro em todas as épocas', me deixei levar por seus desejos trágicos; ou seriam meus.

21.7.10

das coisas que adoro encenar...
- o Fascínio
E o bicho brabo tem respeito quando dela sente o cheiro.

19.7.10

segredos tragados



.. e não somos descobertos.
será que se você me visse chorando
e tivesse o controle de minhas
lágrimas
você escolheria me libertar?

algumas milhas depois

ele como um raio delicado e certeiro
eu com minha flor no cabelo
90 por hora
vento
e cheiro de pimenta.
e estamos indo pra qualquer lugar.
Eu, querido, tô correndo o mundo

e que minhas asas abracem idéias que meus braços não conseguem alcançar
Porque delas é preciso o conteúdo
E quem não veio ao mundo sem chorar?
Nessa proximidade que os olhos trazem, gosto disso
 e ainda tenho pequenas estrelas para espalhar,
 eu e meu caderno de anotações- inseparáveis irmãos
Que pintam minha insensatez
e essas idéias de sentir sem razão.
Licença, mas gosto do que é latente
E, agora, estou perto demais pra prender a respiração.

15.7.10

procê


Antes de muita coisa me apresentei.



Não que exista o medo de muita coisa
nem tão pouco
 o
 de não representar
quem eu sou
Sim, sou pecadora
alagada e intensa
e meu silêncio devora o mundo.
E de você quero detalhes casuais
e morar nos seus sonhos, talvez..
Pois estamos no centro
e entre
de tudo o que a gente deseja.

E me apresentei
daquele jeito que sei
sem conta-gotas,
antes de muita coisa.

ele é aquela coisa de menino nos olhos e homem feito no coração.

13.7.10

Estou aqui

 parindo coragem para te ver abandonar as escolhas fáceis. Detalhando cada tombo e indecência mal compreendida. Estou aqui, voando alto comigo.

Imensidão que não sei onde colocar. e a vontade as vezes é de berrar, eu e essa ânsia de querer ser posta no alto.

 Segura para ir além do corpo.

eu.
seu.

12.7.10


Tanto desejo exalo que se faz possível encontrar em outros corpos vontade de estar comigo.
Línguas apresentadas:

- muito prazer!


[agora, eles relaxam no paraíso]

I'm going back to the start

no vidro embaçado, depois do banho quente, ela exibiu suas preces:

 oreuq  et
 licífid euq omsem
ranoisirpa
 euq so
met
sasa



tudo tão grande ao ponto de não caber entre seus dedos.

10.7.10

Meus pés
sob os seus
Segura-me
a cintura
Leva-me


andei pelo corredor de portas, escolhi a que abria a rua


e saí.

2 pra lá
2 pra cá
e restava corações e um bisturi.

em cartaz.

Levando em frente um coração dependente
Viciado em amar errado
Crente que o que ele sente é sagrado.
E é tudo piada, tudo piada




Olha, daqui a pouco a cerveja acaba e eu deixo todo esse sentimentalismo na mesa do bar, junto com a conta. Aproveita.

8.7.10

vou dançar meus dizeres.


Quero formas novas e variadas de ser interpretada. E você é o culpado dessa minha intenção de ultrapassar alguns limites da respiração. - fome de alma- é assim que estou. E te digo pra ir em frente e enfiar a cabeça nesse meu aquário, timidamente criado. Quero você pra dançar comigo.

e meu coração é só um rastro de tudo.

7.7.10

afogamentos etéreos.

Deslizei bravamente
enquanto ainda subia.

Escaladas montanhescas
até o anil que emoldurava
Mas de nada adiantava
tanto embalo
tanta destreza
se o que guardava entre os braços
não seguiu meus passos.

E diante daquele abismo,
sensações de estranheza
me acompanharam
lado a lado.

E o que restou
na cabeça:
aqueles braços
abandonados
alguns passos
deslizes

e uma certa imensidão escalada,

 alcançada.
Dentre tantos pedaços: A Lua.

Qualquer coisa, qualquer coisa: Estou aqui.

à carne fraca

Quando puder perceber os pedaços do meu coração colados em seus dentes, lembrará que a carne é vermelha e temperada. E cada pedaço te servirá de adorno. Sem fio dental.

Eu devorada.

Ofereço minha língua à guilhotina

cada vez que falo o que sinto.


só não calo poesia
e nem no que dá
cosquinha.
[Cenário construído]



[Abre a cortina]


[...]


[Fecha a cortina, rápido!]

amor, coisa e tal.

saudade é uma verdade desgraçada.  E o fim da saudade, os últimos dois segundos, é a glória de transformar a melancolia em mãos dadas, peito no peito.. .E sigo fazendo arte com quebra-cabeça.

5.7.10

vermelho, café e cachecol.

E o céu é meu corpo do avesso. Do discreto começo até a sultileza da outra ponta.

e eu não queria mais dormir. Tantos sentimentos transformados em palavras, que tinha medo de fechar os olhos e desperdiçá-los. E assim fiquei, adubando papéis em branco. entre os dedos e a mente.
e sigo completamente apaixonada pelo dia de amanhã.

paliativo

e ainda estou tentando decifrar aquela despedida.

não tenho preguiça de afundar meu corpo todo em coisas que dizem
serem perigosas.
Gosto do perigo.
e quero marcar na pele, sem medo de ficar manchada.
porque acredito nesse algo mais de ver de perto.
e certo, e fato
te levo
Do pé até o céu
 [da minha boca]
e ele fez de novo. e eu deixei de novo. e nada tinha de novo. 
compulsiva, idealista e pé de valsa... ando em extinção.

coisa de moça.

Eu gosto de carinho violento. De falar. De estar certa. De quem entende o que eu digo. De quem escuta o que eu penso...  De Rock and roll. Da minha solidãozinha. Dos meus blues...  Do meu umbigo. De unhas dos pés vermelhas. De homem que sabe ser homem...  Sou mole demais por dentro pra deixar todo mundo ver. Eu deixo pra quem eu acho que pode comigo. As vezes escondido. As vezes open.

meu amado Leminsky

4.7.10

tô na sala, amor.


Já aconteceu comigo isso de amor. de amar.


(suspiro, suspiro, suspiro)

é como uma música.


(lágrimas, lágrimas, lágrimas. euforia)


quem se importa de doar o coração para o outro quando é tão gostoso, tão bom ter aquele calor e cosquinha por dentro pelo tempo


do até quando.

(...) 

a você, toda a forma de poesia.

'adoro o silêncio breve
dos beijos em curso
dos olhos fechados
-e as conversas de nariz-'


e aquele abraço podia ter durado pra sempre.

3.7.10

e todo mundo tem 15 minutos.

Mas a verdade é que só escrevo para ser outras, para fingir, fantasiar e, no final das contas, poder sair da festa sem ser vista.
- A M A D A!

e assim gritou ela ao ser entendida.

Divórcio.

a pergunta mais intrigante de todos os tempos:

no que você está pensando agora?

(Facebook)
e como quem não quer nada.

tranqüila como a água tranqüila

direciono poesia.


- Peça.
- Eu penso.

Banquete.

e a gente nem precisava comer, sabia?



Tava tudo aldente
água fervente
capitão na cozinha
marujo(a) na sala
e sem que percebam
engolem-se em falas
ainda cruas
entre alfaces e tomates

e aquela maldita cebola me fez chorar novamente.

alguns versos, outros versam.

e no máximo sei falar de uma forma que você nunca vai entender.


..eu já te disse que não sei mentir, não é?
"Tomei a decisão de fingir que todas as coisas que até então haviam entrado na minha mente não eram mais verdadeiras do que as ilusões dos meus sonhos."

René Descartes
 
 
e Livre
Pude brincar
com o espaço preenchido.
Resolvida
questão.