Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

28.11.10

decifre o que está por trás do atrás de todas as palavras...que é lá que eu quero chegar.

E estou cheia de palavras que não são.

Desejos maciços

Descarada, errante
morria sempre no final.
A vontade decisiva
Além de motivos
E crivos
mas pareciam mordidas
tatuadas na nuca.
E era tanto
 E infame
em tato, calor e peso
Que mesmo em dia
Aço em ponto de liga
Lhe fazia uma falta
contínua
A aridez dos seus amassos.




''..She's running out again..."

26.11.10

troco pra $50

a qualquer momento você pode ser a coisa mais bonita que eu conheci.
e quando seus pecados me tirarem a razão, o chão
e quando suas besteiras me distrairem no meio do trabalho
e quando a chuva passar
eu, digo que a qualquer momento
segredos e fotografias não reveladas
podem ser a imensidão mais bonita que eu já senti.


22.11.10



Eu, sentimental
gosto dos pecados
e de seus adoradores
Senhoras e senhores
que alagados
registram magistralmente
aquilo que sentem
E de tão embriagados
transbordam
e permeiam novos contornos
para o amor.
Eu, racional
gosto dos alienados, alienantes
(compulsivos) amantes
onde tudo é constante.
Sempre (des)iguais
no tim tim por tim tim.
(In)controlavelmente emocionais
Poderia ser opcional
 a paixão.
Mas no pisar desse chão
sem medo
de um completo afeto
Sigo reto
fã por decreto
dos tortos
(en)fim.

16.11.10

O coração pesava uma tonelada de coisas que ele me disse enquanto eu metia a língua no copo dele.
Eu era um baú destrancado, levando água, energia e amor. O suficiente para nos manter acordados até o amanhã que não viria, mas que, de qualquer forma, chegou.

10.11.10

beco sem saída


 e chega ao fim a minha arte.

Preciso de um espaço maior pra expressar a minha dor.
Você não entende e nem nunca vai entender.
Aqui jaz meus últimos vestígios de valores humanos.
E vou me entregar, ainda corpo, ao eleito que cruzar o meu espelho
em deleite do mais puro encanto carnal
Quero me ver dilacerada por todos os desejos.
Sentir gana, o pranto, o medo
Escancarar em meu leito
Aqui jaz meus últimos vestígios de valores
Sodoma Gomorra e a Porra toda
 quero a morte assim
 lenta, plena, gozada.
Vou ser mais um brinquedo nessa trama
galhofada, cana e lama
E num instante findável, aprecio minhas últimas lágrimas..
aquelas que ficaram pra trás
ainda amargas
e contorcidas
era de sal o meu fim extremo.
E aqui jáz meus vestígios
-
mais intensos.

9.11.10

- precisa?
- preciso de tudo.
 
e começaram a dançar ao sabor da imprecisão.

Não exatamente o que eu queria ou Prefiro puro mesmo...

Pura ou traçada
Gosto de pensar que dura
Ainda que jaza amarga
Gosto de saborear a doçura
E não a beber apressada
Tomar o grau de loucura
Numa alcolémia desinteressada
Espantar no gole que muda
E até no que não sabe a nada
E, ainda que urja
A vontade de ser abandonada
Agarro o copo da vida pura
E dou-lhe outra golada

8.11.10

it's delicate.

eles eram duas canecas.
Daquelas que ficam na mesa que fica do lado em que todas as loucuras podem acontecer.
Ela desejando mais que um abraço.
Ele desejando todo aquele espaço.
Eis que um dia, na terceira palavra forte, ele se jogou da mesinha. Ensaiou uma morte pequena, um buraco raso pra se jogar. Criou distância, inventou certa tristeza.
Um covarde e suas invenções.

E deu tudo errado.

4.11.10

Essa (não) é a história de amor que eu quero em meu porta - retrato.


entre eles  ficou combinado o seguinte: Você tira minha blusa e eu arranco seu coração.
Naquela história de degustar, mastigar e se vestir outra vez. Nada de promessas territoriais.
E no banheiro usado, deixou no espelho embaçado o telefone e um beijo, em letras garrafais.