Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

28.1.11

Hora boa para desabotoar o primeiro botão do vestido de flores

Parece que eu estou o tempo todo te provocando, mas, querido, é você que me coloca em cima da mesa para te olhar mais perto. Pouco espaço para tanta vontade de voar. Diz pra mim, baby, que a sua necessidade de me ter entre os dentes e me tornar uma cobaia fundamentada entre essas quatro paredes é o que vai te levar além. Suspende a vodka. O café da manha é todo seu.

e te dou mais um motivo para enlouquecermos juntos.

25.1.11

coração passado a limpo
folha em branco
tome nota;
Poço, pedra, torre, castelo, jardim.

Tenho aprendido a ser-me. ou algo assim.





ao amigo Lucciano Bastos,
 que se emocionava com paisagens pintadas.

21.1.11

Quando ele segurou meu braço no corredor das verduras no mercado, tive a impressão de que aquele estranho me conhecia. Da sola do meu pé ao gosto daquela saudade, moço.
- Michelle é você? Meu deus é você mesmo, menina!
Diante daqueles olhos e daquela intimidade enluarada, eu me calei para não falar: - Só por fora ainda sou aquela Michelle. Talvez.
Não queria tirar-lhe toda aquela vontade de invasão. Sou daquelas pessoas que carecem do arrepio da vida e de palma da mão. Sem romantismos de 1,99 e ladainhas burguesas, me deixei levar despida de pai-mãe-credo..
 E mesmo sabendo que deveria (sobre tal língua abjeta) meu solado sujo fazer limpo. Coisa boa se deu. me reencontrei, tal fora. tal dentro.



Se puder, volta pra me salvar no próximo domingo tambem.

17.1.11

pinto os olhos pra combinar com você

 Depois da concentração perdida
Os pés no chão gelado
Um milhão de rosas dentro da caneca sobre a mesa
e eu colocava a mão sobre o peito insistentemente e tinha o coração inteiro entre os meus dedos.
- Ou me abraço, ou me largo..

era amor
 uma caneca de café, açúcar e o velho rock.

carne exposta para que ele acaricie.
Arranque todas as minhas dermes
me lamba todos os vãos, me morda as sobras
e por fim me engula.

esqueci de me apresentar, Michelle.

11.1.11

tea for two.

escrever-lhe a carta a esta altura não fazia mais sentido.
era mais contundente jogar-lhe uma bola de papel no meio da testa,
do que me arrastar em meia dúzia de linhas
que se perderiam no caminho
traçado.
lembrei-me agora da traça, que adora um papel de
 preferência com histórias comoventes
pra não serem passadas adiante.
Paralizo.
essa minha tranquilidade pagã à espera do
bandido
atrás do muro das caretices escondidas
 pichadas no alto pra
 não serem agarradas e confrontadas de
 frente.
Que me arranque os últimos instantes dessa minha
 vontade quente nessas horas que
 me negam......................
Gostas de chá, principe? - ironicaMENTE.

7.1.11

sede ao oceano.

Que sejamos, até o final, retratos do momento que durou um segundo antes de você abrir a porta e eu abrir a boca. Pois aquela verdade dita à dentes foi oque nos fez alterar todo o rumo. Um à deriva e o outro a beira de.

e que essa longa distância filmada
se perca no
pulo.

(desejo infinito)

1.1.11

Abro os olhos lentamente
enquanto escrevo por aqui sem os fatais coraçõezinhos rosas e fofinhos. Fixamente me ponho a despedaçar com os dedos tudo o que passou por mim e deixou suas marcas. Ainda carrego comigo cicatrizes urbanas de um mundo que acontece ao redor de minhas falhas. Mas nada me sangra mais do que orgulho, que ferozmente encharca meu fígado de expectativas redundantes e não processadas. Vou me indo entre palavrões e a libido, sussurrando meus sonhos desinibidos de menina na ressaca.
E então ficamos assim; meus olhos demaquilados, claros, limpos em cima destas caixas de cítricas lembranças atemporais.





aberta a temporada de 2011 das minhas firulas intempestivas no blog Meninas são Bruxas e Fadas.