Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

30.1.10

e é toda essa história de pensamento selvagem, de garfo e faca, de labirinto, de malas prontas, de alma, de amor, de partidas...
'No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador... '



Tô solta e bagunçada
Tô vendaval na sacada
que passa e sacode a cortina
revelando prateleiras desarrumadas
E desde então
do cume alto dos meus pensamentos
resolvi inaugurar roteiros
pessoas aos montes
vestidos novos
o mundo inteiro
Sem sobras
Sem resto
com ou sem por perto.
E desculpe a minha sinceridade bem esclarecida
que fala sorrindo cheia de magia
Mas é que enquanto o Universo me chama em grito
eu digo baixinho: já estou aí
E saio em trasparência me juntando a multidão



'menina suave na nave'



'somos 2
a nossa liberdade é
o que nos prende'
Intensa demais para ficar esperando algo ser cortado com faquinha de plástico.

ultrapasse.

27.1.10

quem ri quando goza
é poesia
até quando é prosa



(alice ruiz)
(...)concordo inteiramente com você - disse a Duquesa. - E a moral disso é: 'Seja o que você pareceria ser'. Ou se você preferir isso dito de uma maneira mais simples: 'Nunca se imagine como não sendo outra coisa do que aquilo que poderia parecer aos outros que aquilo que você foi ou poderia ter sido não fosse outra coisa do que o que você poderia ter sido parecia a eles ser outra coisa(...)

Alice no país das maravilhas
e lá esta a liberdade passando a mão no juízo no primeiro beco da esquina.

26.1.10

se encontrou a porta aberta. pule a janela e divirta-se.

...your time has come

extremidade física determinada em ser.

 mesmo que seja cedo demais pra respirar ou pra falta de educação. Que o mundo acabe de um gole só nesse minuto! Porque assistir essa loucura enlatada de racionalidade dos que sentem frio. Não dá. Não dá pra coexistir sem dizer uma palavra.
Sou aliada dos que mergulham profundo mesmo sabendo que as pedras estão na margem. É o risco que liberta. Tamos aqui no mundo e tem porquês que não são feitos para terem respostas.

*apesar que da margem vê-se o horizonte.

Pois é... e fique a vontade no mundo pra ser o que quiser. sem respostas.

.

Hoje o meu silêncio é barulho no mundo

e se te sorrio é porque falta força em meus braços pra te tocar
eu não espero. vou e pego
Mas hoje a minha inércia é corrida no mundo.
Te faço pensar que... e por que... e por quanto... e por onde
só pelo exercício da interrogação. Por que dá uma boa canção no violão.. quem sabe
Num hoje em que minhas respostas são todas as perguntas no mundo.
Sou assim, longe de tudo.
Tão longe, tão longe, tão longe que o que avisto são pontos.
.
.
.

E hoje meu ponto de vista são muitos no mundo.
***


e eu não deixei que matassem meus olhos de criança



 
***



25.1.10

ando divisa entre a fome e o mundo.
Assumo o poder da palavra e abordo sem fim acontecimentos nesse mundo de interrogações descartáveis
em noites brancas
não existem meias verdades
vou te encontrar em outras passagens nessa vida
enquanto tivermos coisas para nos dizer
Nesses muros vou escrever. Em tijolo, em cimento.. em pedra atirada na sua janela
o que passa aqui dentro
num futuro que nunca é certo
por aqui
não tem como esconder
penduro os quadros na parede
fotografias na rede
e te falo de despedidas e mudanças
como quem prepara um misto pro café.
Nessas noites brancas de inspiração esburacada
de segundas feiras intermináveis
Tudo
ilumina a fogueira
eu e você

latifundiário

Morde.
Enquanto quente tantos
cantos de carne minha meu
corpo
prazer padece falta do
seu
engano
amanhã ser
tempo se hoje
é tudo que
temos enfim
Cadê?
Você?
late-entre-morda-sente
meu em mim.

!


24.1.10

comendo broto de trevo as 4 da matina

com shoyo.


 Se partimos do princípio que  os pensamentos criam as coisas. Criamos esse mundo perfeito.
Natureza, céu azul,  um deus, verde, água.. equilíbrio. Polo positivo, negativo.  Salaminho, rúcula.. Prédios, lama, corpo físico, bichos. Sem 'e'. Entre vírgulas.
Oposto é continuidade, energia girando. E o que gira é redondo e o mundo é redondo e a lua é redonda. E tudo depende do outro pra existir, pra estar aqui e  no outro lá.  E tudo é o outro. E o outro é tudo. Assim como nós nascemos de nossas barrigas. Próprias, impróprias. Redondas.
O mundo continua perfeito. Perfeito pro que a gente pensa. Pro que der e vier. Basta observar, olhar..tocar, sentir pra dentro pra fora. Pensar.

Mastigo sem dó e feliz esse alimento vivo. E ele, já sem vida invade meu estômago em sua função alimentícia. Broto de trevo as 4 da matina, e o processo continua rodando

com shoyo.

Sorte sua. Sorte minha.







---------------
*mais tarde um pacote de amendoim (sem vírgulas) e ponto. - criação dos meus pensamentos culinários infames.

23.1.10

'Se pudesse, contaria a eles nossas tempestades de prazeres. Mas segredo é bom no pé do ouvido.

Chega mais perto.'

22.1.10

Densa

Pelas beiradas.
Comece mastigando pelas beiradas. Desvendando meus pés, minha raiz.
Assim você chega no centro, onde bate o mais denso dos meus órgãos.
Matriz do meu corpo.
Degusta a minha alma. Quero ver você sommelier dos meus sentimentos.
E olha nos meus olhos. A gente se retrata nos olhos. Quero me ver fotografia nos seus.
Pin up dos seus pensamentos.
E tem que se arriscar no miolo depois dos espinhos. Porque do caule eles só assustam a sua pele.
E a sua pele tem que querer se alimentar da minha.
Seja o desafio que enfrentar. Quero ser flor, pólen. Quero ser vital.
Estamos em extinção.
Então,
por cima ou por baixo. Comece pelas beiradas.
antes do fim.

19.1.10

ele tá chegando...

nuca, cuca e o que exalo será dele.

natureza minha

É um tal de Eros latente em Afrodite.
Que abusos solstícios
permitidos por uma licença poética digna dos céus
Deixa uma Vênus iluminada
Brilhante
Transformar todos dias em longas noites estreladas
sob olhares e sorrisos inebriantes dos Deuses...
E nesse encontro só lhe resta saudar
e se deixar levar, mais uma vez
Com tempo a perder de vista
Assim, rei e rainha

..matando a sede na saliva

18.1.10


por sempre
gravidade zero

e bem leve assim, me arrisco 99,8% em mergulhos profundos.

Já reparou que o que eu exalo combina com seus braços?

Alvo

Língua.
Escalou minha língua por entre salivas e papilas gustativas
Apazigou minhas amígdalas
para que pudesse ir ao encontro de minhas cordas vocais
sem empecilhos.
E em um trajeto sentido contrário ao estômago,
pudesse tirar delas o que mais desejava ouvir:
- eu não vivo sem você, meu amor!
Mas de nada adiantou o percursso
se o caminho exato estava tão perto de suas mãos.
Logo ali, a esquerda.
Batendo compulsivamente debaixo daquelas rendas brancas tão adoradas
- O alvo -
e ele, nem se tocou.

arte ao cubo



yeah!

17.1.10

Já reparou que a minha cuca 'fundi' com a sua cuca?
Amor de ontem (ins)pira. Amor de hoje (trans)pira

Nem sempre a minha boca consegue dizer para você o que quero, ainda bem que tenho dedos. Pra poder te tocar ao pé dos olhos. Sussurrando.
Essa conta de transbordar: soma dali, multiplica daqui. Sempre me fez exceder. Daí é um bombardeio sem tropas. Sou uma multidão sozinha. Uma multidão de crianças soltas numa fábrica de doces. Um ser reticências, nessa matemática em contínua construção. Do tipo complete as linhas se for um gênio.
Cheia de pecados capitais. Escrevendo sobre o amor de ontem e saboreando deliciosamente o amor de hoje.
 A gente tem que rir. Tem que ir. Tem que deixar partir. Tem que maneirar no palavrão. Tem que comer de boca fechada. Tem que sentar de perna cruzada quando tá de saia. E tem que amar por inteiro. Adoidado. Com entrega de alma. Pegando o carro e dirigindo na madrugada só pra sentir de novo o gosto do beijo amado. A gente tem que fazer poesia. Ouvir música alta e dançar 'perigosamente' em frente ao espelho. E  tem que escrever sobre o amor. Sobre o amor do passado. E deixar a saudade bater, com um sorriso largo no rosto. Porque esse amor é vitamina. É antídoto. É história de dentro pra fora. É inspiração. É meu.
 O amor que a gente já viveu é pedaço de vida que só a nós pertence. Então eu escrevo, sentindo o gosto bom da coisa, enfim.
 E você, eu sei que me lê.

 Como uma multidão de crianças soltas numa loja de chocolate, sem adultos por perto, e com prateleiras na altura das mãozinhas.
'Por aqui', faço o que eu quiser.

- hoje eu te quis por perto.




*Esse texto escrito por mim, é dedicado a quem transborda
 assim como eu.
 E sabe que nada e nem ninguem
nessa vida é em vão.

16.1.10

Já reparou que suas mãos combinam com a minha nuca?

*
Assumo meus vestidos e meus riscos

*
Interrogação mê dá um tesão - gritou uma exclamação ao ponto de fazer vírgula distraída com til se entregar em reticências

próximo

Estou te olhando feito um abraço de despedida.
Com aquele ar ingênuo que acredita que o tempo seria a solução. É parte de mim revelar inteira e não caber metade, no uso de gestos intensos de quem faz guerra e paz no olhar. Ficamos cegos com olhos de tão perto e nos buscamos longe até nos perder em pequenos mundos distintos, em mundos imensos e distintos. Em prosa, em verso, em planos, em vida, em vinho.. esses detalhes.
 E as vezes ainda me pergunto se existia tambem tamanha intensidade de quem do outro lado segurava minha cintura a pulsos firmes olho no olho.

14.1.10

Tenho saudades daquela rotina.. e que de tanto não há tenho por perto, a mim parece mais especial agora do que quando eu nela me reconhecia.

niilismo

Por culpa do calor tô assim: escritos a corpo nu      
mesmo que envolvida em gelo, minha boca sem água
no expectations.

no lugar em que tudo era aparente
e  pela última vez
palavras minhas em fuga cessam sem achar a saída

E se doer?

- Seria intenso.

Olhos que aquecem em um inverno de terceiro dia de verão
é o que eu poderia, então,  te prometer.
como sentimentos que escapam atravessando estrelas
cinematograficamente em primeiro plano.

eu e vc

 o mundo











13.1.10

Trepada de autor e palavras dá em filho leitor diz o texto corrido.

Arte de miar


mio gato
mio gente
mio em silêncio
mio livre
mio só
mio independente.
Entretanto
 se me tocas
mio quente
E se te quero
 mio arte
mio forte
mio
 em frente.

Mio envolvendo intensamente.

Miando diante do abismo
enriquecedor
de ser meio gato  meio gente
mio nua.

Em telhado  em lua cheia
me deixe assim
em mio de lado
ocupando serenata
o céu estrelado.
Virando lata contra o tédio
ronronando suave palavras chiadas
desafio lã e seda
mio arma

 Deslizando em mistérios
minhas garras carinhos
meus miados docinhos
por muros e lençóis do seu mundo inteiro.

Sou arte felina
miando de janeiro a janeiro.

11.1.10

Mulher de frases

- Prefiro as palavras ao  prozac.
- Você me beija. E eu vou fazer história...- (Jonh Fante)



(..)Nossa loucura junta nos salva. Você me salva.
Então.
Me leva e não devolve.
Me leva e constrói um bar, vamos ler Jonh Fante, ficar bêbados de Rimbaud, vamos fazer alguma coisa grave porque nada mais nos resta.
- Te resta?
- Eu te resto. Eu e nossa loucura...
Temos nossa falta de juízo, nossas palavras, nossos livros, uma imaginação sem fim e um coração que ainda bate.
- Será preciso mais?
- Será preciso virar pó?
Me escreva um texto lindo. E me salva

no seu computador.(...)
ô...! menina cheia de desejos.
... e desejamos um olhar novo por tudo aquilo que vemos.        


e sempre.

9.1.10

Tô por aqui...

Te esperando de vestido na chegada.

sentindo seu abraço emanado
aconchegante
Menino arte do cabelo embolado

Eu conto os dias
Você as horas
em sincronicidade atemporal

Mistura de cores, letras, saudade,  curiosidade
vou recebendo suas mensagens...
falando pouco pra caber sonhar
em evoluçao na telepatia.

E desejo assim, mesmo que de longe
vislumbrar o horizonte
lado a  lado.

um prazer te conhecer tiúba

no plural

Quero

todos os seus eixos, beiradas, partidos, sêlos.  Diante desse mundo inteiro que sai da gente pra gente. Sonho dormir envolvida em seus pulsos quentes e amanhecer poesia com café, leite e  pão.  Mesmo sabendo, que o que sobrou dessa história de amor ficou por aí, entre a garganta e a calça jeans no chão.

7.1.10

Sigo assim... libido literária em mente dura
resolvi partir ficar.

Da minha alma pra sua razão:  vc não entende esse amor porque somos o que não é igual.

resolvi partir ficar.

Da minha passionalidade para sua sensatez:  vc não entende que morrer de amor nos faz sentir vivos.

resolvi partir ficar.

eu tua letra minha.
e você não me entende.

Díspar.

antes de amanhecer

ele tem gosto de café com leite.

E eu ali, Julieta envenenada por grãos e abraços. Eis que numa madrugada entre vinis mofados e estantes empoeiradas de literatura, fotografias, cartas e carmas abandonados. Lancei mão de mais um romance pra minha coleção.
Ele teve gosto de café com leite.

E eu, tô Julieta viva no silêncio da madrugada.

6.1.10

Em tempos antibióticos ando sabiamente profilática

Confissões de uma menina má

Reconheci ele no olhar.
Deixei ele chegar perto do meu braço. E em proximidade ao meu calor
traços, cheiros e cor. Se encostar.
Afugentei meus crimes e me desarmei.
Proposital no jogo de quem seduz suas presas
E foi assim, debaixo de uma noite ensolarada que assumi em totalidade a metade que faltava.
Ele
Hipnotizado, esfomeado alienou-se na mais rendida profusão de sentimentos
Nunca havia se dado ao luxo de tanto destempero. Poor baby, em inevitável armação do destino
Rasguei-o inteiro. Em pele, desfiando ainda quente seu tecido mais profundo, seus nervos.
A dentes
E o sabor fora destrinchado. Ainda que a fuga, intrinsecamente seja a partida desse ritual.
Dessa vez nada.
Não sobrou tempo. Nem carne, nem sangue, nem mente.
E mesmo em face de seu último resquício vital ele me pedia para não parar
agonizava por mais e mais e mais..
As tantas, ainda felina, desviei meu olhar
Já havia passado da hora de brincar.
E deixei o que sobrou ali. Sem vida. Pedaços retalhados de gente
e sonhos.

regue-se

'Não somos nada divinos, nada sublimes, nada certinhos, nada sobrenaturais
Sobrenaturais somos tanto quanto baratas, sapos, árvores, nuvens, chuva
Chuva que vem mostrar que grande é só nossa ilusão.
 
Terra é tudo que somos.'

5.1.10

- estrada de terra, 80 por hora e nem pense em desistir.

 Não se intimide diante da vida que lhe proponho, me observe com toda atenção. Saia da toca pré estabelecida em molde super resistente, que programa as 21horas que o jantar está na mesa. Os caminhos são selvagens e vale a pena ter permissão pra trilhar. Pedaço de mundo, pedaço de gente, pedaço que sente. De pedaço vive o moribundo sentado ao seu lado, um eterno esfomeado na alma. Avance o sinal que jaz em seu peito, grite pro mundo seus amores imperfeitos. Seja externo em seus desejos. Seja externo.
100 gramas de acerto, 100 gramas de erro, mesmo peso, mesma lição. Preste toda atenção.
Não falo pra você que lê. Falo pra você que sente.

- agora com uma mão só no volante, e nem pense em desistir.

Meu vestido combina com esse vento, assim como seu cabelo. Vamos embora, é janeiro e temos ainda o ano inteiro pra se espalhar em metáforas. Acordar espelhos sob as luzes frescas refletidas nas uvas desses vinhedos. Você é o próximo. Pula! Já faz tempo que tô te esperando por aqui. Não esquece daquele disco que eu tanto gosto em cima da mesa, que por essas redondezas corpóreas, música é ceia.
Agora sinta o peso das asas, e você achava que já tinha experimentado de tudo nessa vida. Então deixa eu te proporcionar um alívio - até seu último suspiro, você experimentará o novo.
Tire os pés do chão. Elas te aguentam. E quanto mais alto for, proporcionalmente mais leves ficarão. De olhos fechados, então..

- nesse instante, sem olhar para trás, acelera.

Tudo bem. Eu te espero.
Sozinha, a liberdade fica pequena.



'Quando a alma é livre, não tem fdp que segure'-lobão

pepsamar

A minha acidez quanto ao assunto do dia pode te assustar. Em contrapartida não há nada mais alcalino que a poesia pra neutralizar.


*bota na água e deixa espumar

do lado esquerdo.




meu coração anda nu.




numa espécie de jogo que ensina viver.
em travessura
 me pede pra jogar os dados
inflamando meu ser
 vermelho-sangue


e eu, meio sem saber, se esse jeito infamê
me é cura
ou só divertimento pra quem vê.

3.1.10

'..eu não sei dançar tão devagar pra te acompanhar'

se ele soubesse o que causa...

E tudo o que quero é te sentir de perto. Me sentir perto demais para prender a respiração. Perto e tão perto, que eu já comemorava isso dentro de mim. Me olhando de pertinho e me fazendo só sua, antes mesmo de ser sua. Como se o mundo inteiro, da Toscana ao Rio de janeiro estivessem com suas pupilas dilatadas ao irem de encontro ao abismo. E assim mesmo, pular.

2.1.10

Esvazio-me de mim

Desligo a tv. Hoje nem toquei no livro que ando tocando por opção ociosa/preguiçosa que jaz essa sexta em meu ser. E novamente estou de volta ao computador. Acabei de assistir um filme que me desafia, me inspira. E tô aqui, mais uma vez, deixando as palavras escaparem sem controle algum, por meus dedos.
Meu corpo passou um dia inteiro em deliciosa exaustão pós- virada do ano de salto alto dançando a noite inteira até o sol raiar. Minha boca sorriu várias vezes ao entrar em contato com um chocolate de avelã deixado estrategicamente sob a minha cama ao longo do dia. E minha mente, que nunca descansa, encontrou diversão na medida exata entre ENTER e ENTER.
O telefone tocou várias vezes. Ora atendia, ora não. Ouvi música. Ouvi sinos. Ouvi zumbidos. Ouvi silêncio. Ora sim, ora não. Foi um dia gostoso a espera da minha cabeça, que abrigava um familiar rinoceronte, liberta-lo a custa de autocarinho, dipirona, vitamina c e água. Muita água.
Chega a noite, que tanto adoro. E me convidam pra sair, pra comer, pra dançar, pra falar, pra, pra, pra... A alma quer, mas o corpo é quem manda.
Segue o diálogo-processo-batalha corpo e alma travado em meu quarto:
Ele diz: - NÃO.
Ela insiste, forte e manipuladora. Como qualquer alma grande.
Ele em golpe baixo, atinge a lombar. Afim de deixa-la sem saída.
Ela em rápido raciocínio (a custa de dor, essa mania de complexo de Fênix) faz a proposta de sairem na noite seguinte. Prometendo que hoje quando ele (corpo) dormir, não vai deixa-lo sozinho e sair voando por aí, como de costume. E que vai garantir uma pele linda e viçosa pra amanhã, o dia e a noite toda.
Mas com a condição de que liberte de imediato a lombar: -Já não chega os pés que tanto me fazem sofrer? - pergunta uma alma já convencida da derrota .
O corpo aceita, vencedor, a  proposta feita pela alma.
Ela remediada, agradece e sossega em profundo tédio.
Ligo a tv. E tá lá o filme que tanto gosto, que tanto me desafia, me inspira, passando em canal aberto. Por um segundo a alma volta a sorrir, toda toda contestadora. Deveras um segundo, ao deparar-se com um filme todo mal cortado, picotado, retalhado, assassinado por um cego, surdo e mudo perdido na ilha de edição, concluo. Mas é meu filme querido, até de cabeça pra baixo.
A essa altura (lê-se a equação: eu+ 2.travesseiros= plenitude ao cubo), e diante de uma sincronicidade lúcida e concebida no uso criativo do poder da minha mente em detrimento da conspiração do cosmo e da física quântica consultada em filmes, internet e afins. Ainda somada a doses cavalares de sono atrasado (vide equação),  dublagem 'chonga' Hebert Richards e a edições mal feitas plin plin. Passo a acreditar piamente, que na realidade -aquela que você escolhe e cria pra vc- É O filme que tanto gosta de mim.
O filme que  me acha desafiadora. E que, até de cabeça para baixo, eu sigo sendo a queridinha dO filme.
E vou dormir assim, musa inspiradora. De alma e corpo.

 e por aqui esvazio-me de mim. dando início ao meu ano. linda, leve e solta no verbo.