Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

19.11.14

pequenos momentos vigorosos de confessionalismo obscuro e poesia ruidosa.

não tenho o membro adormecido à espera do príncipe encantado. E sou capaz de me fazer rolar de rir de mim mesma, faz parte do plano.
De onde me situo, um pouco de luz, poeira, sarcasmo e alguma estrela. E o que não faz sentido, Barry White explica. Já são excassos os princípios devido a sensatez da finitude. E sigo menos entretida com o que ainda não existe, e mais com a finalidade máxima que se propõe a vida. Eu acho.


Mudei de estratégia. Alguma estrela.

26.9.14

Vida interior

Se eu não estivesse tão feliz, talvez não perceberia que já são quase duas da matina, não teria cozido a batata doce pro almoço de amanhã, nem posto o lixo na lixeira do prédio para que as baratas pudessem revirá-los em mais uma de suas refeições, enquanto na sala, a meia-luz, queima o penúltimo incenso de baunilha que cismo em me viciar. Se eu não estivesse tão feliz, talvez eu não deixaria a tv ligada em um canal que não dou a mínima atenção pelo simples fato de ser um canal de tv, não teria mexido nos livros que andam empoeirados em minha prateleira orgulhosa por ter bons exemplares, não teria escorregado para dentro das minhas profundezas eternas procurando um cantinho onde eu possa me encontrar. Se eu não estivesse tão feliz, talvez eu não teria deixado na mesa da sala o caderno do meu filho aberto na página exata do seu dever de casa para que ele possa fazer ao acordar pela manha, não iria visitar esse blog largado às traças por conta deste movimento contínuo que é a vida urbana que clama em nos deixar a mercê da superficialidade, talvez eu não teria esse sono que chega vagarosamente enquanto deixo esfriar um pouco mais meu chá de camomila, e não teria percebido o quanto o universo tenciona em um movimento circular por tudo aquilo que clamamos.


A felicidade não compensa querida, vista seu pijama do avesso e espere que a chuva venha.


é mais gostoso assim.















8.3.14

revolução vem de berço

O que eu recuso é o silêncio ao que se acredita. Presta atenção: uma revolução na rua sem antes uma revolução à mesa não é uma revolução, mas um motim. O tempo não começa, já começou. Lembro-me de quanto fôlego tenho. Presta atenção: inato não é o que se aprende mas o que dispensa a aprendizagem. E é o desprezo por não distinguir o que minhas palavras querem dizer que permite que tantos permaneçam escravos depois de terem sido eliminadas todas as mordaças e vendas. (sic)

20.1.14

sim, eu aceito.

eu quero brincar escondida contigo e te dar minhas roupas e dizer que gosto do seu sapato e te ver sentado no chão enquanto tomo banho e massageio seu pescoço e beijo seu pescoço e seguro sua mão e saimos pra comer e deixar você comer do meu prato dividir a sobremesa e rir da sua paranóia e deixar-te bilhetes pela casa e ver filmes ótimos contigo e filmes horríveis e reclamar do tempo e da música no rádio e te preparar cafés da manhã e querer dividir um cigarro e não achar o isqueiro e dividir o travesseiro na confusão da cama e te desejar de manhã como se não houvesse amanhã  não rir das suas piadas e gostar do seu cheiro cabelo pele boca costas peito braços teu.
Ser somente sua e te esperar chegar e encher sua casa de flores e chocolates e sentir sua pele na minha pele e ter um sentimento tão profundo e preferir o silêncio porque pra esse sentimento não temos palavras e lamber o seu bigode perto da boca e te acordar as três da manhã pra fazer amor e te mostrar o céu e falar dos astros tomar um vinho que me deu vontade e dançar pra você porque me deu vontade te dizer toda a verdade e continuar inventando minhas histórias.