do pão para a boca:
«só uma raça que possui um tempo de vida breve pode sentir a ilusão de que o amor é eterno.»
Solidão é pretensão de quem fica
escondido Fazendo fita
Poderia dizer bem baixinho que acho qualquer tipo de leitura de auto-ajuda um coice. Mas eu não sei falar baixinho, ou melhor, só o falo quando o acordo é ortográfico. Bom, e sei tambem que se eu não tomar um certo cuidado com o que vou escrever, posso cair no lugar-comum, numa quase receita da Ana Maria Braga. Mas desta vez, que se dane! Volto ao velho e bom texto de carnes humanas cortadas em fatias para que possamos melhor entende-las. Porque é lá onde se dá o encontro fatal, onde se é possível penetrar no lacro instante em que as cópias se fazem e se multiplicam, ou seria se dividem? (suspiro) Tomo um gole de café e digo mais uma vez, quer dizer, desta vez eu só penso 'Danem-se os objetivos!'. Agora que já comecei a falar, então vou falar do jeito que der. Sem aquela ladainha xarope de poesia de 5o categoria. Porque encontrar prazer na imbecilidade da auto-ajuda....aff. Eu sei, que lembra aqueles textos que te aplicaram de metafísica, quando você ainda tentava encontrar um sentido em 'Quem somos nós'. Mas amorzinho, enquanto você vive enclausurado no silêncio destes livros, que levam uma profusão de sentimentos a lugar nenhum. Eu sigo no prazer de sentir meus medos funcionarem desarticulados, sem soluções padrão aparente.
Então, você, com algum esforço, chega no segundo parágrafo do último capítulo, ávido para seguir a história... quando meto um tiro no meu coração.
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Arranque as asas, os olhos, os miúdos e os reserve, para que sejam servidos frescos e ainda pulsando como aperitivo. O resto deixe marinar até que esteja pronto para o banho maria. Escalde a carne já sem essência.
Molho Pra Curar:
O famoso A entrega Sem Entrega. -iguaria raríssima (fora de catálogo)
Sirva-se em ponto de bala, antes de passar do ponto. Ou, se o espírito for livre, passe na brasa e à gosto no Salt Ar.
Cartas de amor- vossos confessionários.o roteiro:
As folhas eu tingí com meu sangue bem diluído, pra parecer papiro... Te mando com uma flor pequenina de cor carmim, de pétalas aveludadas, ela chega quase viva ainda, dentro do envelope. Vai solta no canto direito da primeira página, acho que a machuco menos assim.o conteúdo:
Sem selar, passo-a por debaixo da sua porta, toco a campainha e fujo. Que acontece, que nunca cresço?
Você significa minha permissão.
"Te permito meu bem.. tudo o que quiser. Te permito não crescer, envaidecer, enlouquecer. Te permito me escrever cartinha de amor, abrir teu relicário de confissões, abre menina.. também me alimento disso. Só não permito que se entregue, nem a mim nem a outro, vez que eu não quero nem mereço. Minha alma não está disponível à sua salvação" .a recíproca:
-- Nem a minha.
Toda vez que olho pro céu, é como se eu estivesse olhando para o passado. Do ponto em que me encontro, esses minúsculos brilhantes me remetem aonde tudo teve início. E aquilo que não compreendo, porventura, causa-me uma danada curiosidade. Um vasculhar de idéias e hipóteses experimentadas pela minha poética ciência. E num piscar, o que era fantasia torna-se o condutor da magnífica história de onde viemos, do que somos feitos, pra onde regressaremos. E toda essa imensidão que me arremata, é tão mágica, tão mágica, que ironicamente percebo que é nas nossas limitações, numa certa forma de ignorância, que reside a nossa capacidade de encantamento.
e tudo dura um frisson.