Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

20.3.12

Depois da concentração perdida

Eu já estava completando o quinto copo de ansiedade naquela noite de conversas a-fiadas, naquele ponto em que a bebida fala, quando ele apareceu. Eu estava indo para qualquer lugar, pela simples satisfação de estar indo. Gosto de me sentir livre de escolhas. Mas colocar um verbo no plural, é o tipo de coisa que me deixa imensamente feliz, tanto quanto tomar cerveja do copo dele, tanto quanto o refrão rasgado da música de 82 que não sai da minha cabeça. Agora éramos dois, um sós*
Descobri que ele tem aquela violência sutil que me agrada, descobri pele, descobri a voz quente, realinhei meus chacaras. E eu só queria encontrar o zíper para abrir o peito dele. Fissura. Sabe o que significa fis-su-ra, sussurei no ouvido dele. Gosto de gente que se entrega, gosto de gente que gosta de mim, gosto de gente que entende o que é fissura. Foi assim que ele me deixou - Fissurada.
Me desarruma. Anda, me desarruma. Esperei a semana inteira, uma vida inteira, por esse momento de novo. E estava tudo em movimento - minha blusa, meu cabelo, minhas pernas, tudo me apertava contra ele. A favor dele.
Saiba que para escrever essas linhas preciso me desconcentrar de qualquer distância. Me jogar no buraco do peito, pintar meus olhos para combinar com suas cores diferentes, ajeitar meus passos com minha cintura leve. Ouvir a música certa.
 E falo de você para as asas das minhas costas.

quero começar tudo de novo. Voa comigo?

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