Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

31.12.12

2013,

envio-te mensagens telepáticas que repito sete vezes seguidas..
e ficou evidente que é de pés descalços que melhor se aprende o chão. em retrospectiva, mantive distância da linha reta, saboreei das vertigens e povoei meu imaginário com coisas que só eu tenho acesso da minha infância. criei pontes, abrandei a rotina.. Respirei.
e a benevolência dos dias luminosos na iminência de um mundo que não acabou, se abriu no conforto das histórias que temos tanto para contar, para viver, sonhar, rasgar, escrever, cultivar.
continuo ser aquela que nada sabe sobre planos, mas tudo sobre desafios. e num desastre de intimidade excessiva, esse descompromissado blog torna-se tecido orgânico, rasgando e expondo em carne viva um pouco do que sou, do que tenho, do que quero, do que invento. E a menina que trago por dentro, vai dominar o mundo -dias sim, dias não e algumas noites, afim de que não caia em repetições.
no entanto, meu desejo é por experiências libertadoras sempre que impossível. sempre que o impossível.


«Pensei que a letra minúscula no início poderia significar que nada começa verdadeiramente de novo, como o sugere a maiúscula, mas que, pelo contrário, tudo se insere num constante fluir.»Sylvia Plath


 


11.12.12

eu gosto de posse e de permanência.
Tudo pode acabar em um momento.
então eu quero a totalidade
que a percepção da morte
me dá,
de uma vida mais intensa, apaixonante
e minha.
Visceralmente minha.
 
o resto deixo pra alma ao encontro da luz.


Paradoxalmente: está proibida a entrada de borboletas no estômago neste momento.
 

 
 


8.12.12

leve tudo amor. Não esqueça o torcicolo, ele é seu tambem.


sem pensar nas falhas e marcas dos corpos já usados, se entregaram. E precipitadamente, não que isso não seja de bom tom quando se fala de amor- precipitar-se - eles dividiram a cama, a toalha, o prato de comida, a pia, a escova de dentes, a bebida, as risadas, a fantasia e o lixo. E se jogaram na montanha russa que era aquela aventura tragada à quatro pulmões. Os pronomes usados eram os mais possessivos. Ah, tudo era permitido! Um egoísmo aleatório aos que não sabem a sede que dá se apaixonar. Dois corações palpitando um sobre o outro em sentido anti-horário, anti-limite, anti-monotonia. Estavam na palma da mão do mundo, largados, com ideias de viagens e histórias que beiravam um futuro. E com tanta gente a procura pareciam abençoados pela Lua Azul.
 E estes dois tiveram dias felizes, e foram completos e foram inteiros, doidivanos, vagabundos, alucinados, noturnos, clichês, intensos... Só não foram invisíveis.

Hoje extintos.