Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

3.11.09

E com suas botas nem tão nova nem tão velhas, ela dançou a noite inteira sem se importar com o que ainda ardia em seu corpo adentro, com tudo aquilo que ainda doía. E o mundo inteiro parecia mais feliz naquele momento intenso, sonoro, de um gole só... - O dj ensaiava intencionalmente o que combinava com aquelas botas de cor caramelo, belas botas, franjadas botas, suadas botas. Hipnotizado. Era uma multidão de sentimentos perpendiculares naquela fumaça. Todos em segredos ditos ao pé do ouvido por verbos intransitivos. Letra por letra arrancada de sua boca bem desenhada. Revelada, alargada. Um hálito de música ou de sonho, qualquer coisa que faça quase sentir, qualquer coisa que faça não pensar. E mesmo quem observava passivo de longe, era tocado pelo o universo que aquele par de botas iluminava.

Ela, como quem quer tudo, botava eles para dançar.



- de nada.

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