Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

25.4.12


estou anestesiada
enquanto sonhávamos um ao outro
estou anestesiada
essa nossa loucura foi sempre muito antiga: tinha a idade de antes do mundo
e os riscos e riscos
eram fósforo, fogo, papel e escrita.
Nem te conto.


15.4.12

O que eu preciso está aqui.
 Mas frases de auto-ajuda não me baseiam, não me descobrem, não me botam no lugar onde vivo. Loucura na veia, buraco no peito e derrubo paredes que me sufocam. E no fundo, no fundo, no fundo é vontade de sentir tudo de novo pra saber se cabe no peito. E há quem diga: '- me dá tesão te ler'. Sou dessa gente que mete o pé na porta, que asfixia paranóias. Bom, hoje é domingo  e teimo em me levantar as treze da matina, de deixar as coisas danadas no travesseiro, de abrir as portas dos bares, de sair correndo. Os sonhos me perseguem ainda na ilusão de arrebentar verdades a tapa na minha cara, mas o que eu quero - como disse bem a poeta - ainda não tem nome, preço, lugar de chegada e partida. Sou um tufão de pensamentos e me alimento saborosamente do presente. E debaixo da saia o que resta, é minha revolução de mãos dadas em palavras abertas no co-ti-di-a-no dessa vida emprestada.

2.4.12

Fora da estação

E aquele olhar, nada mais era que a vontade de revolucionar minhas ideias. Sabe, não me prendo no varal de peças antigas, mesmo gostando do cheiro amadeirado que o antigo me aborda. Inalo fantasias ao ponto de me ver em caleidoscópio enquanto espero a chaleira apitar. Gosto de imaginar a ebulição que o fogo acelera... vrummmm..... saiu o café! Agora, me imagina de avental xadrez, cheiro de erva, naquela vontade de te tomar as 9 da manhã, de tomar seu whisky, sua caipirinha, uma vontade imersa na minha xícara.
- meu erro é sempre me permitir errar.
E eu largo tristezas pequenas, preocupações cansadas e deito a minha cabeça sobre o colo das nossas coisas. Mas a vontade mesmo é de tacar fogo na coisa calminha que a gente finge que aceita, de esfregar minhas coxas no que chamamos de silêncio. e errar tudo de novo.
Aos berros.