Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

9.12.09

o conto

e eu me entregava inteira aquele banho quente.
o dia passava por língua estrangeira e eu ansiava por aquela banheira, ao fim.
Sentados de frente, abraçados, eu me sentia plena debruçada em seu peito. Doidos de vinho, de arte e risadas por ruas nunca antes trilhadas. Novidades em som, cheiro e cor. Se fecho os olhos ainda me lembro do barulho do chuveiro naquele quarto de hotel...Era uma mistura de temperos, dos tons amarelos no céu, do quente ao frio, do inesperado. Atirados no mundo. Experimentando tudo. Eram dois varridos, sem rumo. O plano da viagem era se despir da gente, da mente. De coração. Soltar as amarras do peito enrolados em cachecóis, deixar o vento gelado nos aproximar como se fossemos apenas um. E revelar, finalmente, o outro não perfeito que somos. Queríamos a distância dos julgamentos. Queríamos a  total liberdade expressiva pra falar de amor, beber amor, comer amor, ser amor.
 Diante de tudo vivido, alucinadamente, perceber que aquele calor que emitiamos ninguem tinha igual. Que aquele calor era o ideal da busca que havíamos traçado. O que nos iria fazer sorrir de noite a dia. Aquele sorriso de olho semi-aberto, de quem acorda diante de seu amor devagarzinho, acreditando que aquilo tudo vai ser pra sempre. Há 1.992km do ponto de partida. Há 1.992km de nossas vidas.




-este texto é meramente um conto. uma fábula. mesmo que escrito em primeira pessoase existir alguma semelhança com os fatos descritos acima é coincidência. pura fantasia da sua cabeça-

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