Solidão é pretensão de quem fica
escondido
Fazendo fita

15.12.09

(...)

Em egocêntrica missão Luiza foi se amando a cada dia mais.
-Verter amor ao próximo, uma pinóia!
 Era seu mais novo mantra existencial.
Não, não pense que Luiza é alguem sem coração, ou que tenha sofrido grande decepção. Luiza não faz mal a nem uma flor. E nem se nega a compaixão.
Ela simplesmente, sem hipocrisias, acordou e viu que era uma infâmia viver de acordo ao protótipo de boa menina, visinha do andar de cima que segura a porta do elevador mesmo estando atrasada.
E em seu caminho silêncioso. Sábio silêncio, ela indagou o princípio do amor.
E percebeu que há tempos o esperava. E o aguardava em bons exemplos, em bons valores, em boas atitudes diante aos outros. Ela era sempre uma mão estendida. Uma boa compania. Como havia aprendido com seus pais e em parte na escola quando ainda criança.
Não, não pense que ela se revolta perante a essa lucidez devastadora. -e por isso o mantra em exclamação no começo desta história- Luiza não se revolta. Ela se perdoa, se recolhe e parte em um processo de escuta d'alma. Processo de sua criação.- criação no sentido de criado por ela.-
Eu sei que a priore assusta. Nós somos feitos de carne, osso e pré julgamentos. Mas o que Luiza aprendeu foi a sua verdade. Foi escutar seu coração e respeita-lo. Luiza não precisa mais da aprovação de ninguem.
O dia em que ela não está uma boa compania, ela não vai ser uma boa compania.
Ela percebeu que a sua verdade não tinha que ser a dos outros. Ela mergulhou em si e se deliciou em suas fontes.
Sem julgamentos. Ela não tem mais vergonha em errar. Ela não tem problemas em não ser compreendida. Ela não vai te compreender. Ela vai te respeitar (isso é fato). E se for necessário para ambos ela vai te abraçar e acalmar suas angústias e as próprias angústias (que de vez em quando retornam para lembra-la de chorar tb).
Ela percebeu que nesse mundo tudo que existe tem razão em existir. O mesmo acontece dentro dela. Tudo tem uma razão em existir dentro de Luiza. Só que ela não usa mais porquês infinitos, ela não se pune mais e nem se altera em verdades absolutas.
Ela os vivencia sem pudor algum. Ela está livre.
Como se andasse em uma corda bamba e a cada momento, sem desesperos maiores, ela pendesse pra um lado e para o outro. Luiza aprendeu assim a se manter nessa corda bamba. Na corda bamba de suas emoções. Sentindo com prazer aquele friozinho que dá o inesperado. A vida.
Não, ela não encontrou seu eixo, e nem quer.
Ela simplesmente verte amor a seu eixo.
Ela é egocêntrica em amor próprio. Ela é amor próprio. Ela é amor.
Um exemplo ao próximo. Um exemplo ao mundo. Nãooo.
Luiza é um exemplo a si mesma.
É a verdade sem dor.


*bom, e agora alguns vizinhos precisam esperar o elevador subir novamente. (mas só algumas vezes)

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